Dia das Mães: filhas dão brinquedos sexuais de presente e quebram tabu

Karymy, 28, (esq.) e Thera, 27, (dir.) ao lado das respectivas mães - Arquivo pessoal

Heloísa Barrense

De Universa, em São Paulo

A sexualidade de mães ganhou destaque nas redes sociais na última semana após uma publicação da apresentadora Angélica, que sugeria vibradores como presente de Dia das Mães, em uma ação publicitária de uma marca de que é sócia. O post causou uma enxurrada de críticas.

Para algumas filhas, no entanto, não há vergonha em abordar o assunto. Karymy, por exemplo, diz que conversas sobre intimidades começaram a ser mais francas e frequentes com a mãe, que é divorciada, desde que a ilustradora entrou na vida adulta.

Ela era quem sempre começava com os assuntos. Não queria parecer careta e comecei a lidar bem com o fato de a minha mãe também transar, porque às vezes a gente esquece disso. Tinha um pouco de insegurança no começo, mas guardei pra mim, até evoluir. Com um tempo, isso foi ficando natural. Nesses últimos anos, até depois da pandemia, que a gente ficou muito tempo junta, a relação evoluiu bastante.
💥️Karymy Gonçalves

A ilustradora foi até a responsável por ajudar a mãe a baixar aplicativo de paquera e criar um perfil online após a separação de um relacionamento de mais de 30 anos.

"Ela sempre foi muito aberta sobre os desejos, sobre as coisas que ela tinha vontade e o que ela gostaria de experimentar. No começo, ficava preocupada com quem ela estava saindo, então sempre tinha isso de compartilhar localização e me contar como foi. Ela se sentia muito animada para falar disso."

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Uma publicação compartilhada por Angelica (@angelicaksy)

Para a filha, falar sobre a sexualidade da mãe é algo natural e saudável — indo no oposto dos comentários no post da página de Angélica, que falavam em "desvirtuamento" da data e até de "inversão de valores". "Sexualidade da mãe diz respeito a um filho?", questionou uma crítica da sugestão da marca da apresentadora.

A gente tenta colocar a mãe muitas vezes nesse lugar de imaculada, como se o único papel na vida dela fosse ser mãe. As pessoas ainda têm essa doutrina que a partir do momento que a pessoa é mãe, algo morre dentro dela que ela deixa de ser mulher. Acho que isso é um problema, um grande tabu.
💥️KarymyGonçalves

Papo reto

Karymy não é a única filha que não vê problemas em presentear a mãe com brinquedos sexuais. A publicitária Beatriz*, 27, resolveu dar uma mãozinha para a mãe na data comemorativa do ano passado. Desde a adolescência, ela diz ter conversas sobre sexualidade com a mãe, que, segundo ela, a instruía a respeitar desejos e limites.

"Certa vez, estávamos conversando sobre sexo e ela comentou que 'os tempos áureos' dela tinham passado e que agora ela fugia de sexo, porque doía muito, devido a um ressecamento vaginal originado pela menopausa. Perguntei então se lubrificante não ajudava e ela me respondeu que nunca tinha usado. Foi aí que surgiu a ideia de presenteá-la com o gel para que ela pudesse ao menos fazer uma tentativa", conta a publicitária.

O produto utilizado, que também serve como massageador, gerou um desconforto inicial no dia da celebração. No entanto, tudo mudou quando ele foi testado. "Ela ficou um pouco sem graça, mas, dias depois, veio me contar a experiência toda feliz."

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