Lutadoras de jui-jitsu são vítimas de violência doméstica
Rafaela Polo de Universa, em São Paulo
De acordo com a psicóloga Liliana Seger, coordenadora do Programa para o Transtorno Explosivo Intermitente do Programa do Ambulatório dos Transtornos do Impulso da Faculdade de Medicina da USP, saber lutar o ter força física não é sinônimo de conseguir se defender de agressões praticadas pelo parceiro.
"Muitas vezes a mulher se submete a esse relacionamento por outras razões, porque ela não tem força emocional para enfrentar uma relação de violência desse tipo. Ela pode até conseguir arrebentá-lo fisicamente, mas emocionalmente não consegue", diz Liliana.
Outra lutadora que foi vítima de violência doméstica é a Gabi Garcia. Ela e Bruno Almeida se casaram em janeiro de 2023. Passados três anos, a lutadora usou suas redes sociais para denunciar o ex-marido por agressão, fraude e ameaça de morte.
Em um vídeo publicado no Instagram, ela expôs imagens de seu rosto machucado e sangrando, xingamentos, trocas com a advogada e ameaças. "Se for minha última luta da vida e eu estiver respirando eu não irei desistir de colocar você na cadeia (...) Passei dois anos calada e apanhando. Chegou sua hora", publicou.
"O medo pode travar, mas elas demonstraram um controle enorme de seus impulsos. Porque se você está sendo magoada e agredida, chega uma hora que você pode explodir e jogar o cara pela janela. Às vezes, elas têm medo de onde isso vai parar", diz Liliana.
Tanto Wesley quanto Bruno negam as agressões.
Cris Guterres: 'A violência doméstica é algo que vai muito além de uma simples agressão'
Durante o 💥️Sem Filtro de hoje (6), a colunista de 💥️Universa Cris Guterres destacou que a violência doméstica, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é caracterizada apenas pela agressão física. Além disso, destacou que não existe um perfil das vítimas e, por isso, até mesmo mulheres lutadoras como Gabi Garcia e Mackenzie Dern estão sujeitas a isso.
✅O contexto da violência doméstica é algo que vai muito além de uma simples agressão. Esse contexto vai sendo construído ao longo da convivência e, normalmente, essa violência envolve também a psicológica. 💥️Cris Guterres
No caso específico das duas lutadoras, Cris também pontuou que embora possam saber se defender, são atletas éticas e não querem usar o que aprenderam no esporte para agredir alguém.
"Essa atleta aprendeu uma luta que não é para brigar e bater em pessoas dentro de casa. De repente, se ela se defende fisicamente, pode também influenciar na carreira dela, então essa mulher fica sendo vítima de várias formas. A violência doméstica afeta a mulher em vários fatores e em vários momentos de sua vida", disse.
Por fim, a colunista de 💥️Universa também afirmou que qualquer mulher está sujeita a ser vítima de uma violência e chamou a atenção para o fato de a violência acontecer e ser construída aos poucos.
✅Ninguém se apaixona por uma pessoa que chega com violência e agressão. A paixão acontece porque é tratada com carinho e teve uma conquista ao longo de um período. A violência vai aparecendo aos poucos e não começa logo na violência física. Começa com a violência psicológica e esse agressor constrói um ambiente em que a vítima fica enclausurada. 💥️Cris Guterres
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✅Onde assistir: no YouTube de Universa, no Facebook de Universa e no Canal.
Veja a íntegra do programa:
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