Sexo depois do parto: saiba o que pode e não pode na quarentena

Nem sempre a mulher tem desejo no puerpério mas, quando acontecer, veja o que pode ou não fazer com o parceiro - Getty Images

  • No pós-parto, é comum achar que a região genital ficou meio esquisita. Também pudera: todo o organismo se preparou e se adaptou para a gestação e o parto. Antes da gravidez, o útero pesa 50 gramas. Ao final, chega a atingir um quilo.
  • A musculatura se distende, especialmente a do assoalho pélvico, e as estruturas aumentam de volume para a passagem do bebê.
  • A queixa sobre sentir a vagina larga é transitória na maioria dos casos.
  • Na verdade, o que determina a perda crônica da elasticidade devido à frouxidão muscular é o número de gestações, possíveis lesões perineais e o ganho de peso.

Parto normal não diminui a quarentena

  • Por mais que a recuperação do parto normal seja mais tranquila do que a da cesárea, o período de resguardo é o mesmo: cerca de 40 dias, sob orientação médica.
  • Antes disso, nada de sexo com penetração.
  • É preciso esperar o útero voltar ao tamanho normal e o colo fechar novamente. Antes de retomar a atividade sexual, o sangramento e as secreções -- normais nesse período -- precisam ter acabado, para evitar infecções.

Sexo sem penetração: tá liberado!

  • O resguardo proíbe a penetração vaginal e anal.
  • Mas, se a mulher estiver animada, isso não impede de apostar em outras saídas eróticas: sexo oral, masturbação, massagens, beijos e amassos são permitidos e muito bem-vindos.
  • A intimidade e o carinho entre o casal devem até ser estimulados.

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Não ter tesão é normal

  • Não é porque o médico liberou, que toda mulher já sai do consultório se sentindo preparada para o sexo.
  • A avalanche hormonal atinge a libido -- e tudo bem! O foco de toda mãe é o filho e isso é perfeitamente OK.
  • A mãe fica cansada por não dormir nem comer direito e muitas vezes prefere dedicar qualquer folguinha ao descanso, e não ao sexo.
  • Além disso, ela precisa lidar com a nova rotina e com o filho.
  • Com o passar dos meses, as coisas vão se encaixando, o leite vai diminuindo, o bebê passa a comer outras coisas e a dormir mais e a vida e a libido vão voltando ao normal.

A primeira vez depois do parto costuma doer

  • Isso acontece primeiro pelo tempo sem penetração.
  • O segundo é porque a amamentação dificulta a lubrificação, causando desconforto.
  • Invista nas preliminares e use lubrificante. Caso o incômodo continue, consulte o médico.

Não se assuste com o sangue

  • Quando você volta a transar, pode haver um pequeno sangramento.
  • Às vezes, ainda fica um filete de sangue no útero, que é eliminado com a contração durante o orgasmo.
  • O sangue também pode aparecer por causa do ressecamento vaginal -- por isso é bom usar lubrificante nas primeiras transas pós-parto.
  • Se houver sangramento persistente com dor ou cheiro ruim, consulte seu médico para ver se não há uma infecção.

Durante a transa, pode sair leite dos seios

  • Durante o orgasmo é liberada a ocitocina, mesmo hormônio que faz o leite sair pelos mamilos.
  • Não fique constrangida por causa disso. Se preferir, use sutiã ao transar

Você pode engravidar, sim!

  • Teoricamente, os hormônios da produção de leite inibem a ovulação, principalmente em quem faz amamentação exclusiva e de livre demanda.
  • Porém, como alguns bebês mamam de forma irregular, pode ocorrer uma ovulação e o retorno da menstruação.
  • Se não quiser correr o risco de engravidar, é melhor bater um papo com o médico e escolher um contraceptivo compatível com a amamentação.

Não há nada de errado com seu corpo

  • Fuja de exemplos irreais, como o de celebridades que recuperam a forma em poucos dias, e seja generosa com você mesma.
  • Tenha paciência, não se cobre e muito menos julgue a si mesma.
  • Não queira que um corpo que viveu nove meses de transformações volte ao que era antes em poucos dias.
  • Seu corpo acabou de gerar uma vida, de passar uma experiência maravilhosa e empoderadora. Dê tempo ao tempo e curta as descobertas.

Fontes: Alberto Guimarães, ginecologista, obstetra e um dos criadores do programa Parto Sem Medo; Cecilia Pereira, ginecologista da All Clinik, do Rio de Janeiro (RJ); Cristina Carneiro, ginecologista e obstetra, de São Paulo (SP); Domingos Mantelli, ginecologista e obstetra, autor do livro "Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra" (Segmento Farma), e Vamberto Maia, ginecologista e especialista em reprodução humana assistida da Clínica Mãe, de São Paulo (SP).

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