Recuperei meu documento dois anos depois. Quem era a mulher da foto?

Sim, somos oito bilhões, conforme o pessoal que entende de geografia. Ou/e matemática. Oito bilhões de seres mais ou menos humanos espalhados por cento e noventa e três países (reconhecidos pela ONU, do contrário pode incluir mais três). Entre eles, eu. Entre eles, você. Que, imagino e quero crer, faça diferença na vida de pelo menos meia dúzia de amigos ou familiares.

Não é muito mais que isso. No fim das contas, são filhos, pais e dois ou três amigos que realmente sentirão nossa falta e que chorarão nossa ausência por mais de uma semana. O que me faz pensar no que define nossa passagem por aqui, e em como deixar pegadas firmes, para além do lance de ter filho.

Somos animais vaidosos. Alguns com consciência disso; outros, não (alerta de perigo para quem se diz imune a sentimentos menos nobres). A porcentagem da vaidade depende da coragem de admitir o substantivo e de um mínimo de conhecimento de si. Você gosta de ouvir seu nome? Pois é. Eu também.

Semana passada, recebi uma mensagem curiosa. Cintia, amiga querida, avisava no WhatsApp que minha carta de motorista havia sido encontrada e eu poderia reavê-la por meio de Simone. Simone, até ali, para mim, era a cantora baiana de quem fui vizinha por alguns anos - e fã desde sempre (e agora me pergunto porque nunca pedi foto). De repente, passou a ser um nome mais grave.

"Oi, Simone, tudo bem? Aqui é a Maria, parece que você está com meu documento, como faço para buscá-lo?" Combinamos tudo. Recuperei a identidade, agradeci a gentileza, mas demorei a ter coragem de abrir o envelope. Por onde havia passado aquele pedaço de papel? Por que eu deveria querê-lo de volta, tanto tempo depois? Quem era aquela mulher da foto?

Ainda não sei. Mas hoje, com todas as discussões sobre ética envolvendo Chat GPT e outras inteligências artificiais, e com setecentos mil brasileiros a menos no nosso país, posso dizer que sou alguém com certificados e dona de números que provam meu dormir e acordar.

Não é muito, mas deveria ser.

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