Ela ensina mulheres a se defenderem na base da chave de braço

Jaqueline Almeida ajuda outras mulheres a se protegerem de violência por meio do jiu-jítsu - Arquivo pessoal

"Tive um relacionamento desafiador com meu padrasto, que era controlador e me comparava com as filhas dele. Um dia, ele tentou me bater. Me emboscou no banheiro. Minha mãe interveio. A solução foi eu sair de casa aos 19 anos e, por muito tempo, rompi a relação com ele [eles se reconciliaram anos depois].

Sempre tive o sonho de falar inglês. Quando uma amiga voltou de um intercâmbio da Nova Zelândia e compartilhou tudo o que havia vivenciado, percebi que eu poderia desbravar um mundo novo. Anos depois, entrei em um relacionamento amoroso desgastante. Meu trabalho com tecnologia começou a me incomodar e pessoas me decepcionaram.

Estava em um momento muito ruim e entendi que havia chegado a hora de mudar. Segui meu coração e realizei meu sonho de falar inglês, conhecer outra cultura e morar em outro país [ela se mudou para a Irlanda].

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Público inclui mulheres que já sofreram agressões e aquelas que querem prevenir

Tenho dois públicos: mulheres que já sofreram agressão ou abuso; e mulheres que procuram as aulas por prevenção.

Enfatizo os pontos principais para que a pessoa que está sendo atacada possa contra-atacar [entre as estratégias, está ensinar a defesa com técnicas como a da chave de braço, em que se segura o punho do adversário entre as pernas].

Normalmente, quem procura o programa está em busca da técnica, mas, também, e muitas vezes inconscientemente, quer melhorar a autoconfiança, a autoestima e o autoconhecimento.

Ainda tenho planos para o futuro: fazer encontros virtuais para ajudar vítimas de violência e oferecer em comunidades treinos que possam ser replicados em casa pelo público feminino. Quero também criar uma rede de suporte online que alcance mulheres da Irlanda, do Brasil e de outros países.

Como denunciar violência

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 180 e denuncie.

Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

É possível realizar denúncias pelo número 180 — a Central de Atendimento à Mulher, que funciona em todo o país e no exterior, 24 horas por dia. A ligação é gratuita. O serviço recebe denúncias, dá orientação de especialistas e faz encaminhamento para serviços de proteção e auxílio psicológico. O contato também pode ser feito pelo WhatsApp no número (61) 99656-5008.

A denúncia também pode ser feita pelo Disque 100, que apura violações aos direitos humanos. Há ainda o aplicativo Direitos Humanos Brasil e a página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Vítimas de violência doméstica podem fazer a denúncia em até seis meses.

Caso esteja se sentindo em risco, a vítima pode solicitar uma medida protetiva de urgência.

O que você está lendo é [Ela ensina mulheres a se defenderem na base da chave de braço].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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