Meta publica normas que liberam conteúdo preconceituoso em português

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, durante evento Meta Connect, realizado em setembro de 2024

Mark Zuckerberg, CEO da Meta, durante evento Meta Connect, realizado em setembro de 2024 Imagem: Manuel Orbegozo/Reuters

A nova política de moderação das redes sociais da Meta foi oficializada em português. A decisão que afrouxa a restrição de conteúdo preconceituoso e acaba com a checagem de informações potencialmente falsas foi anunciada por Mark Zuckerberg na terça-feira (7) e só estava disponível em inglês.

Partes do documento permitem que se faça no Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads - desde que de "forma satírica" - a livre associação de homossexuais e transgêneros a termos como "esquisito". Esse trecho aparece na versão brasileira também.

Além disso, mais normas foram traduzidas, como a que libera a defesa de superioridade de gênero ou religião em detrimento de outras e a alegação de doença mental ou anormalidade baseada em gênero.

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Mais diretrizes que barravam publicações com linguagem excludente sobre imigração, homossexualidade e religião foram apagadas. Ou seja, com a norma atual, são tolerados ataques a pessoas ou grupos, por exemplo, "com afirmações de que eles têm ou espalham coronavírus".

A flexibilização do discurso compartilhado por usuários acompanhou a dispensa dos checadores de fatos da gigante. Na prática, a Meta acabou com a política instituída há oito anos para reduzir a disseminação de desinformação na rede.

Dessa forma, é responsabilidade da comunidade acrescentar correções às publicações que possam conter informações falsas ou enganosas. Zuckerberg defendeu a atualização: "É hora de voltarmos às nossas raízes em relação à liberdade de expressão".

O recém-nomeado presidente de assuntos globais da Meta, Joel Kaplan, também repercutiu a medida na qual alegou servir para eliminar regras excessivamente restritivas sobre temas de "frequente debate político".

Atitudes para se aproximar de Trump

O fim da política de moderação é apenas mais um passo de aproximação entre Zuckerberg e Donald Trump. Desde que o republicano ganhou as eleições em novembro, a Meta busca reatar as relações com os conservadores. Para isso, o bilionário dono da gigante jantou com Trump em Mar-a-Lago, onde também se reuniu com Marco Rubio. Uma doação de US$ 1 milhão para a posse do presidente foi concretizada naquela noite.

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Além disso, há uma dança das cadeiras em andamento na companhia. Na semana passada, o republicano Joel Kaplan, conhecido por intermediar a relação da Meta com os conservadores, foi nomeado como presidente de assuntos globais. Na segunda-feira, 6, Dana White, chefe do UFC e aliado próximo a Trump, se juntou ao conselho da gigante.

Repercussão no Brasil

Após o anúncio, políticos, instituições, centros de pesquisa e especialistas se manifestaram contrários à medida.

Mais de 60 entidades, centros de pesquisas universitários e coletos ao redor do mundo assinaram uma carta aberta onde reforçam a necessidade de regulação das redes sociais que "priorize os direitos humanos e a segurança digital".

O Ministério Público Federal (MPF) disse que vai enviar um ofício à Meta para questionar as alterações na moderação de conteúdo. A cobrança ocorre dentro de um inquérito civil em andamento desde 2023, sobre a responsabilidade de big techs no conteúdo publicado pelos seus usuários.

A Advocacia-Geral da União (AGU) também reagiu às mudanças anunciadas pela empresa, O ministro-chefe da AGU, Jorge Messias, afirmou que o Brasil possui mecanismos legais para lidar com desinformação e que o governo não permitirá que o ambiente online se torne um espaço desregulado.

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Quem também se manifestou foi a deputada Erika Hilton (PSOL-SP), que pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) para abrir uma investigação sobre a decisão da empresa.

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