Sonda da Nasa vai chegar à distância mais próxima do Sol já atingida

Sonda Parker, da Nasa

Sonda Parker, da Nasa Imagem: John Hopkins University/Divulgação

Lançada em 2018, a sonda "Parker Solar Probe", da Nasa, se prepara para chegar nesta terça-feira (24/12) o mais próximo do Sol do que qualquer objeto já fabricado por humanos.

Em 2023, a aeronave já cruzou a coroa do grande astro, a atmosfera externa visível durante um eclipse solar total.

A próxima façanha, agora, será chegar o mais próximo possível da estrela, a 6,1 milhões de quilômetros de sua superfície - para se ter uma ideia, o Sol está a cerca de 150 milhões de quilômetros de distância da Terra.

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A aproximação deve ocorrer por volta das 8h53 de Brasília, mas a Nasa só saberá se a missão foi bem-sucedida na sexta-feira (27/12), quando o contato com a sonda puder ser reestabelecido.

"Nenhum objeto feito por humanos passou tão perto assim por uma estrela, então Parker realmente devolverá informações de território desconhecido", afirmou Nick Pinkine, gerente de operação de missões do Laboratório de Física Aplicada da Nasa.

Os primeiros dados, porém, só são esperados para o fim de janeiro, quando a antena principal da sonda apontar em direção à terra.

"Vai demorar alguns anos até termos analisado todos os dados", afirmou à dpa o astrofísico Volker Bothmer, da Universidade de Göttingen, na Alemanha. Ele participa da missão e ajudou, entre outras coisas, a desenvolver uma câmera grande angular para a empreitada.

Sonda resiste a temperaturas de até 1.371 °C

Com Parker, os cientistas da Nasa querem chegar sete vezes mais próximo do Sol do que qualquer outra aeronave. Do tamanho de um automóvel pequeno, ela é a sonda mais veloz já construída - deve atingir cerca de 690 mil quilômetros por hora no ponto mais próximo ao sol - e é equipada com uma carcaça à prova de calor, capaz de resistir a temperaturas de até 1.371 °C. A superfície do Sol, que Parker não chegará a tocar, arde a 5.500 °C.

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A sonda continuará orbitando o Sol a 6,1 milhões de quilômetros de sua superfície até pelo menos setembro de 2025.

Cientistas esperam poder entender por que a coroa solar pode chegar a ser centenas de vezes mais quente que a própria superfície solar, atingindo temperaturas de até 2.000.000 °C. Também querem descobrir o que provoca o vento solar, corrente supersônica de partículas carregadas constantemente emitidas pelo sol.

A Parker Solar Probe não é a primeira sonda feita por humanos a visitar o Sol. Essa missão já coube nos anos 1970 às sondas teuto-americanas "Helios 1" e "Helios 2", que chegaram a 45 milhões de quilômetros de distância do grande astro.

Os raios quentes do sol possibilitam a vida na terra. Mas tempestades solares extremas podem atrapalhar temporariamente serviços de comunicação por rádio e eletricidade.

ra (AP, dpa, ots)

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