Ucrânia faz panfletos e vídeos para encorajar soldados norte-coreanos a renderem-se & Executive Digest
Face à presença de tropas norte-coreanas na Rússia, a Ucrânia intensificou os esforços para persuadir soldados estrangeiros a abandonarem as linhas de combate, oferecendo-lhes segurança, abrigo e alimentação. Este esforço é uma extensão do projeto ✅“I Want To Live” (“Quero Viver”), criado em 2022 para ajudar soldados russos a renderem-se durante a invasão da Ucrânia.
Com a confirmação de que cerca de dezenas de milhares de soldados norte-coreanos estão estacionados na região russa de Kursk, junto à fronteira com a Ucrânia, o serviço de inteligência militar ucraniano (GUR) apelou diretamente a estes combatentes. Num comunicado divulgado no Telegram em coreano, a mensagem foi clara:
“Apelamos aos soldados do Exército Popular da Coreia enviados para apoiar o regime de Putin. Não morram inutilmente em solo estrangeiro. Não repitam o destino de centenas de milhares de soldados russos que nunca regressarão a casa.”
A mensagem inclui também uma oferta explícita: “Rendam-se! A Ucrânia providenciará abrigo, comida e calor.”
Este apelo é acompanhado pela divulgação de folhetos e vídeos direcionados aos soldados norte-coreanos, destacando as condições de vida em campos de prisioneiros na Ucrânia.
De acordo com o GUR, os campos de prisioneiros de guerra na Ucrânia estão preparados para receber soldados de qualquer nacionalidade, religião ou ideologia. Em vídeos divulgados nas redes sociais, são mostrados alojamentos espaçosos e bem iluminados, com dormitórios separados. Os prisioneiros recebem três refeições diárias, incluindo carne, vegetais frescos e pão.
“Nos campos, os prisioneiros de guerra são alojados em grandes salas quentes e confortáveis. A alimentação é equilibrada e suficiente para garantir a sua saúde,” narra o vídeo em coreano.
O projeto ✅“I Want To Live” foi lançado em 2022, logo após a invasão em larga escala da Ucrânia pela Rússia, com o objetivo inicial de facilitar a rendição de soldados russos insatisfeitos com a guerra. Até junho deste ano, mais de 350 soldados russos haviam utilizado a linha direta do programa para se entregarem às forças ucranianas.
A extensão do programa para soldados norte-coreanos reflete as mudanças na dinâmica do conflito, especialmente após a confirmação dos Estados Unidos e da NATO de que Pyongyang enviou tropas para apoiar Moscovo.
Tanto a Rússia quanto a Coreia do Norte negam o envio de tropas norte-coreanas para o conflito na Ucrânia. No entanto, aliados sul-coreanos alertam para o perigo de escalada militar, com a presença de forças norte-coreanas a lutar ao lado de Moscovo.
Vitaliy Matvienko, voluntário do projeto, sublinha a importância deste apelo, argumentando que as condições de vida difíceis na Coreia do Norte poderiam levar muitos soldados a verem a rendição como uma oportunidade para escapar do regime.
“Sabemos bem como são as condições de vida na Coreia do Norte. Muitos poderão encarar isto como uma hipótese de escapar ao regime e de começar uma nova vida num outro país,” afirmou Matvienko.
💥️um futuro incerto para os combatentes estrangeiros
Apesar do esforço ucraniano, o impacto desta campanha nos soldados norte-coreanos ainda é incerto. A mensagem de rendição, porém, representa uma tentativa de minar a coesão entre os combatentes enviados para o apoio militar russo, evidenciando as contradições e fragilidades na aliança entre Moscovo e Pyongyang.
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