Consórcio liderado por Vangest investe 104 ME no projeto ‘Embalagem do Futuro’

Um consórcio de 79 entidades liderado pela empresa Vangest vai investir 104,1 milhões de euros no projeto ‘Embalagem do Futuro’, que visa soluções mais ecológicas, digitais e inclusivas para aquele setor, promovendo a economia circular.

O projeto, que tem a estreita colaboração da Associação Empresarial da Região de Leiria|Câmara de Comércio e Indústria (Nerlei CCI), do Politécnico de Leiria e da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, é financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em 57,5 milhões de euros, sendo que o restante investimento é das 79 entidades envolvidas, disse o presidente executivo (CEO) da Vangest, Nuno Cipriano, à Lusa.

Segundo explicou, o projeto, apresentado hoje, pretende passar à prática a visão que a Vangest tem para a embalagem no futuro, ou seja, “totalmente reutilizável, inclusiva, rastreável, interativa, que tenha sensores, materiais reciclados, biomateriais e resíduos plásticos”.

O objetivo é que tenha “um posicionamento diferente daquilo que é a embalagem tradicional, numa perspetiva de um futuro mais sustentável”.

Esta agenda mobilizadora pretende materializar o desenvolvimento de 19 projetos, produtos, e serviços, resultado das sinergias de um conjunto de entidades, acrescentou.

Afirmando que se trata de “projetos de inovação”, Nuno Cipriano explicou que quando se fala de embalagem, “não se trata apenas de plástico, mas também de cartão, de vidro ou de cerâmica”.

O empresário destaca que a ‘Embalagem do Futuro’ pretende desenvolver soluções mais ecológicas, digitais e inclusivas para o setor das embalagens, que serão produzidas com “biomateriais, materiais reciclados ou materiais que são produzidos a partir de resíduos, que são recolhidos nos mais diversos meios, entre os quais os oceanos”.

“É trazer todos esses materiais para ganharem uma nova vida e incorporarem novos produtos que voltam a ter essa reutilização no mercado, sempre numa lógica de desenvolvimento desta componente ecológica, digital e da sustentabilidade”, disse.

“São produtos concretos que irão estar no mercado, são pedidos de patentes de soluções inovadoras e cada um destes produtos ou serviços são comercializáveis e irão para o mercado, não apenas em Portugal, mas num contexto internacional”, revelou Nuno Cipriano.

Destacam-se soluções como “novas linhas de produção, novos processos, novas qualificações, novas certificações, produtos que têm origem numa nova abordagem na gestão dos resíduos”, precisou.

O projeto poderá ainda inovar em produtos como paletes de plástico para o setor alimentar, garrafas mais leves e sustentáveis, embalagens isotérmicas reutilizáveis ou máquinas de ‘reverse vending’, “onde as pessoas serão incentivadas a devolverem a sua embalagem em troca de serem creditadas de um determinado valor”. E isso, “estimula a economia circular”, reforçou.

Nuno Cipriano explicou que o mote deste projeto divide-se em quatro itens principais: “as embalagens enquanto produto, os processos e as fábricas inovadoras, no sentido de trazerem à produção da embalagem uma abordagem mais ecológica e digital, a qualificação e a internacionalização desses produtos e a forma de o fazer, e a gestão de resíduos”.

Iniciado em 2023, ‘Embalagem do Futuro’ terminará no final de 2025. “Faltando um ano, cerca de 55% dos 19 projetos [contratualizados com o PRR] já está executado. Em termos de execução financeira, estamos nos 48%”, indicou.

Com 37 anos de experiência e presença em 14 países, a Vangest é uma referência europeia em serviços integrados e soluções industriais avançadas, com sede na Marinha Grande.

“A empresa atua em diversos setores como automóvel, médico, aeroespacial, eletroeletrónico e alimentar, oferecendo uma ampla gama de serviços que cobrem todo o ciclo de vida do produto – desde ‘design’, prototipagem e engenharia, até à produção de moldes, injeção de termoplásticos e montagem”, refere uma nota de imprensa.

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