Dia do Telefone: 10 curiosidades sobre o aparelho que completa 147 anos

O dia 10 de março tem papel importante na história global das telecomunicações. Nesta mesma data, em 1876, ocorreu a primeira transmissão elétrica de voz bem-sucedida da história. Foi então que o telefone revolucionou a maneira como bilhões de pessoas se comunicam diariamente – até hoje. A tecnologia passou por várias etapas e muitas revoluções ao longo destes 147 anos. Antes, era para poucos. Depois, estava disponível nas ruas com o icônico (e brasileiro) orelhão.

Hoje, o smartphone já substituiu, para muitos, o velho telefone fixo que costumava ocupar espaço na sala de casa. Para comemorar o Dia do Telefone, o 💥️TechTudo separou 10 curiosidades sobre uma das principais invenções da humanidade.

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Primeiro telefone era simples. Ou se ouvia ou se falava, nunca ambos. Na base, havia uma caixa de madeira, que operava como uma bateria — Foto: Reprodução/internet 2 de 10 Primeiro telefone era simples. Ou se ouvia ou se falava, nunca ambos. Na base, havia uma caixa de madeira, que operava como uma bateria — Foto: Reprodução/internet

Primeiro telefone era simples. Ou se ouvia ou se falava, nunca ambos. Na base, havia uma caixa de madeira, que operava como uma bateria — Foto: Reprodução/internet

1. Autoria do telefone é polêmica

O escocês Alexander Graham Bell é conhecido como o inventor do telefone. No entanto, ele não teria conseguido desenvolver a tecnologia sem a contribuição do italiano Antonio Meucci, responsável pela elaboração do princípio que daria origem ao telefone. Em 1856, Meucci construiu um telefone eletromagnético (apelidado de telettrofono). A ideia era conectar o escritório dele ao quarto, já que a esposa sofria de fortes dores por causa do reumatismo.

Meucci até conseguiu registrar a patente do telettrofono, mas, em 1874, os responsáveis pelo registro disseram que os documentos foram perdidos. Em 1976, Graham Bell (que já tinha trabalhado junto com o italiano) obteve a patente do telefone e fechou negócio com a empresa de telégrafos Western Union –que anos antes havia rejeitado a mesma ideia apresentada por Meucci.

Antônio Meucci e Alexander Graham Bell — Foto: Reprodução/Internet 3 de 10 Antônio Meucci e Alexander Graham Bell — Foto: Reprodução/Internet

Antônio Meucci e Alexander Graham Bell — Foto: Reprodução/Internet

Inconformado, Meucci processou Bell e a autoria da invenção se arrastou numa intensa disputa judicial. Perto de obter a vitória, o italiano morreu em 1889 e o caso foi encerrado. Foi só em 11 de junho de 2002 que ele foi reconhecido como o verdadeiro inventor do telefone pelo Congresso dos Estados Unidos, através da resolução N°. 269.

2. Primeira ligação telefônica em 1976

Alexander Graham Bell inaugura linha entre Nova York e Chicago em 1892 — Foto: Reprodução/Internet 4 de 10 Alexander Graham Bell inaugura linha entre Nova York e Chicago em 1892 — Foto: Reprodução/Internet

Alexander Graham Bell inaugura linha entre Nova York e Chicago em 1892 — Foto: Reprodução/Internet

A primeira ligação telefônica da história foi feita em 10 de março de 1876, quando Graham Bell telefonou para seu assistente, Thomas Watson, que trabalhava em um quarto ao lado. A chamada foi um sucesso e Watson conseguiu ouvir claramente a famosa frase: "Sr. Watson, venha aqui. Eu quero vê-lo". A partir daí, Bell e a equipe trabalharam para aprimorar o telefone e expandir sua utilização, o que revolucionou as comunicações e transformou o mundo.

3. Mesmo nos EUA, Dom Pedro II atraiu atenção para a invenção

O que pouca gente sabe é que o imperador do Brasil Dom Pedro II esteve presente na Exposição do Centenário da Independência dos Estados Unidos em 1976, evento que revelou o primeiro telefone do mundo. Na época, a invenção mostrada por Graham Bell ficou exposta num estande da feira. Ela concorria com outros lançamentos importantes, como a lâmpada elétrica, um telégrafo musical, uma máquina de escrever e, inclusive, o primeiro ketchup da Heinz.

A “invenção” de Bell não parecia tão chamativa. A baixa popularidade do jovem inventor também não o ajudava muito. Dizem até que ele ficou horas em pé ao lado do estande vazio enquanto a exposição acontecia.

De repente, Dom Pedro II chegou no estande querendo testar a novidade. “Meu Deus, isto fala!” teriam sido as primeiras palavras do brasileiro no telefone. Os registros históricos falam que o imperador ficou tão encantado pelo aparelho que isso atraiu a atenção de quem passava por perto –com isso, a obra foi um sucesso junto ao público.

4. Brasil foi o segundo país do mundo a ter telefone

Dom Pedro II estava na exposição que apresentou o telefone — Foto: Reprodição/Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE/UnB) 5 de 10 Dom Pedro II estava na exposição que apresentou o telefone — Foto: Reprodição/Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE/UnB)

Dom Pedro II estava na exposição que apresentou o telefone — Foto: Reprodição/Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE/UnB)

O interesse de Dom Pedro II pelo telefone não ficou apenas na exposição na Filadélfia. Ele fez amizade com Graham Bell e encomendou cem aparelhos. Menos de um ano depois, em 1877, o Brasil se tornou o segundo país do mundo a ter telefone, que fazia ligações da residência imperial para os gabinetes dos ministros de Estado. A responsável pela instalação no Rio de Janeiro (então capital do Brasil) foi a empresa americana The Brazilian Telephone Company Limited.

Em 1883, o governo brasileiro concedeu à empresa anglo-canadense The Rio de Janeiro Telephone Company a permissão para instalar e operar um sistema telefônico no país. A partir daí, o serviço começou a se expandir gradualmente para outras cidades, como São Paulo e Porto Alegre, e a se popularizar entre as classes mais ricas.

5. Era muito caro ter um telefone

Novela mostra um dos primeiros modelos de telefones a chegar ao Brasil na casa de Anastácia Sampaio, personagem muito rica da trama — Foto: Reprodução/Globo 6 de 10 Novela mostra um dos primeiros modelos de telefones a chegar ao Brasil na casa de Anastácia Sampaio, personagem muito rica da trama — Foto: Reprodução/Globo

Novela mostra um dos primeiros modelos de telefones a chegar ao Brasil na casa de Anastácia Sampaio, personagem muito rica da trama — Foto: Reprodução/Globo

Ter um telefone fixo no Brasil era sinal de muito status social no Brasil antes dos anos 2000. Até 1997, por exemplo, o brasileiro que desejasse ter uma linha telefônica não pagava menos do que R$ 1.100 apenas de taxa. Esse valor equivale a cerca de R$ 9.155, corrigidos pela inflação atual. Também era necessário aguardar numa lista de cadastro junto a telefônica local para obter o direito a um plano de expansão. Ocorre que a espera levava entre dois a cinco anos.

Quem quisesse mais agilidade nesse processo poderia recorrer ao mercado paralelo de venda e aluguel de linhas, algo que custava até R$ 3.200. Essa modalidade era muito utilizada por pequenas e médias empresas para obterem linhas adicionais. De acordo com a Conexis, que reúne empresas de telefonia, o preço do minuto da ligação de celular no Brasil em 1998 girava em torno de R$ 1,05. Hoje em dia, é possível obter pacotes com ligações ilimitadas para todo o Brasil por R$ 10 semanais.

6. Profissão: telefonista

Telefonista era uma profissão indispensável até a automação da telefonia — Foto: Reprodução/Internet 7 de 10 Telefonista era uma profissão indispensável até a automação da telefonia — Foto: Reprodução/Internet

Telefonista era uma profissão indispensável até a automação da telefonia — Foto: Reprodução/Internet

Não bastava apenas discar o número e esperar que a outra pessoa atendesse o telefone como ocorre hoje. Em vez disso, o usuário precisava falar com um telefonista –profissão realizada na maioria das vezes por uma mulher. Essa pessoa trabalhava sentada numa mesa cheia de fios e botões. Era necessário informá-la qual era o número e aguardar que ela fizesse o direcionamento. Não era raro a espera levar mais de meia hora.

Após os anos 80, ocorreu um intenso processo de automação do serviço de telefonia. Com isso, as centrais telefônicas passaram a dispensar cada vez mais a presença de uma telefonista.

7. A engenharia por trás do telefone de disco

Telefones de disco existia em vários formatos — Foto: Reprodução/Freepik 8 de 10 Telefones de disco existia em vários formatos — Foto: Reprodução/Freepik

Telefones de disco existia em vários formatos — Foto: Reprodução/Freepik

O telefone de disco (ou telefone rotativo) parece algo tão difícil que muitos podem se perguntar: “não era mais fácil usar botões desde o início?”. E a resposta é não. A presença do disco não era meramente estética. Ocorre que todo o sistema de telefonia, até os anos 1950, utilizava pouquíssima tecnologia eletrônica. Ou seja, esse simpático aparelho era composto basicamente por um sistema eletromecânico.

Quando um número era discado, o disco girava e interrompia a corrente elétrica num padrão específico para cada dígito, emitindo um som distintivo. Cada número correspondia a um tom específico. Esses dados eram enviados da linha telefônica para a central telefônica, onde era interpretado e usado para completar a chamada. Esse aparelho era muito comum nas décadas de 1950 e 1960, mas foi gradualmente substituído pelo telefone de teclado numérico, que usava botões para discar os números.

8. Orelhão brasileiro é uma obra inspirada num ovo

Matéria na revista ARQUITETO sobre a criação dos Orelhões, 1973 — Foto: Reprodução/orelhao.arq.br 9 de 10 Matéria na revista ARQUITETO sobre a criação dos Orelhões, 1973 — Foto: Reprodução/orelhao.arq.br

Matéria na revista ARQUITETO sobre a criação dos Orelhões, 1973 — Foto: Reprodução/orelhao.arq.br

O icônico orelhão brasileiro foi projetado a partir de um problema enfrentado no Brasil nos anos 1970. O país precisava de uma solução em telefones públicos que protegesse o usuário e o aparelho da chuva e do sol. Ele também tinha de ofercer privacidade, além de contar com boa acústica que ajudasse a reduzir os ruídos externos de trânsito, por exemplo. Como se não bastasse, a ideia deveria ser resistente, barata e bonita. Era um desafio e tanto.

Foi então que a arquiteta sino-brasileira Chu Ming Silveira entrou em cena, como chefe do Departamento de Projetos da Companhia Telefônica Brasileira. A inspiração da peça veio da forma do ovo. Acusticamente falando era a melhor solução encontrada e, segundo ela, o objetivo era permitir que a pessoa que fosse utilizar o telefone se sentisse à vontade. A partir de 1972 os orelhões passaram a enfeitar as calçadas das milhares de cidades brasileiras.

9. Pioneirismo da Motorola

Em 1983, a Motorola lançou o DynaTAC 8000x, o primeiro telefone móvel do mundo. O aparelho foi desenvolvido por um engenheiro da Motorola chamado Martin Cooper. Pesando cerca de 1 kg, tinha preço inicial de US$ 3.995. Esse valor, corrigido pela inflação , dá cerca de R$ 58.900 em 2023. Em um ano de mercado, ele foi descontinuado. Foram mais de 2 mil unidades vendidas. A bateria tinha duração de até 40 minutos de uso, mas demorava aproximadamente 10 horas para ser carregada. Nele, só era possível fazer e receber ligações.

O DynaTAC 8000x virou símbolo de tecnologia de ponta na época, sendo utilizado principalmente por executivos, políticos e celebridades. A invenção de Cooper também abriu caminho para o desenvolvimento de telefones celulares cada vez mais avançados e acessíveis, que hoje são essenciais para a vida moderna e conectada.

Martin Cooper e o DynaTAC 8000x, aparelho utilizado na primeira ligação via celular — Foto: Reprodução/The Atlantic 10 de 10 Martin Cooper e o DynaTAC 8000x, aparelho utilizado na primeira ligação via celular — Foto: Reprodução/The Atlantic

Martin Cooper e o DynaTAC 8000x, aparelho utilizado na primeira ligação via celular — Foto: Reprodução/The Atlantic

10. Quantos telefones existem no Brasil?

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil encerrou o mês de janeiro de 2023 com 26,8 milhões de linhas fixas de telefone. Isso representa uma densidade de 12,4 acessos a cada cem brasileiros. No entanto, esse número está em queda, já que a maioria dos brasileiros prefere usar o celular para fazer ligações.

A título de comparação, são 251,6 milhões de linhas de celular. A densidade salta para 99,7 acessos por 100 habitantes.

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