Funcionários da Amazon teriam mais 'lesões sérias' após uso de robôs

Funcionários da Amazon estariam mais sujeitos a lesões durante o trabalho após a adoção de robôs para ajudar na rotina dos centros de distribuição da marca nos Estados Unidos. Pelo menos é o que aponta o site de jornalismo investigativo , que acessou diversos documentos da fabricante falando sobre o assunto. Segundo o veículo, os dados apontam para 14 mil lesões sérias – ou seja, em que o trabalhador precisou ser afastado por alguns dias ou teve suas capacidades de atuação reduzidas – apenas em 2023.

O 💥️TechTudo entrou em contato com a Amazon, que refutou todas as acusações feitas pela matéria do , afirmando que o texto "interpreta erroneamente os dados e os documentos internos que afirma ter obtido".

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Número de lesões sérias teria aumentado mesmo com o programa de robotização; Amazon nega as acusações — Foto: Divulgação/Amazon 1 de 2 Número de lesões sérias teria aumentado mesmo com o programa de robotização; Amazon nega as acusações — Foto: Divulgação/Amazon

Número de lesões sérias teria aumentado mesmo com o programa de robotização; Amazon nega as acusações — Foto: Divulgação/Amazon

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A média lesões sérias, que chegaria a 7,7 a cada 100 empregados, de acordo com a matéria, é colocada em contexto pelo , que compara os dados de serviços concorrentes da Amazon. O site mostra que essa margem equivale ao dobro do número de acidentes considerados sérios em cadeias de distribuição de serviços rivais.

Os documentos internos da Amazon indicam ainda que a empresa estaria ciente dos problemas. De acordo com o site, relatórios mensais acompanham a evolução dos casos de lesões e acidentes, inclusive traçando metas. Em 2018, por exemplo, a ideia era baixar o número de ocorrências em 20%, mas ainda assim o número de casos foi maior que em 2017. Para 2023, a meta era mais modesta: apenas 5%. E, mesmo assim, o total de casos subiu.

A fabricante, por sua vez, apontou para uma interpretação errada dos documentos. Em pronunciamento oficial enviado ao 💥️TechTudo, a Amazon afirmou utilizar métricas oficiais, inclusive um índice da OSHA (sigla para Administração de Segurança e Saúde Ocupacional dos EUA). Segundo a Amazon, essa classificação foi utilizada de forma equivocada pelo texto como "índice de incidentes sérios".

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Entre as possíveis explicações para o problema está o aumento da pressão com a chegada dos robôs. Os processos ficaram mais eficientes, o que teria levado ao aumento de turnos e dos níveis de produtividade por parte dos funcionários.

Se antes as cotas eram de 100 encomendas por hora, com as máquinas essa margem subiu para 400 a cada hora. O aumento de carga de trabalho para atingir as cotas pode explicar um aumento de esforço e lesões por movimentos repetitivos, além de outros tipos de acidentes.

Uso de robôs nos centros de distribuição da Amazon pode ter relação direta com o aumento de lesões sérias — Foto: Reprodução/CNet 2 de 2 Uso de robôs nos centros de distribuição da Amazon pode ter relação direta com o aumento de lesões sérias — Foto: Reprodução/CNet

Uso de robôs nos centros de distribuição da Amazon pode ter relação direta com o aumento de lesões sérias — Foto: Reprodução/CNet

Outro ponto observado pelo é relação entre períodos que antecedem períodos de grandes promoções, como Cyber Monday e Prime Day, por exemplo, e os maiores picos de lesões sérias ao longo de 2023. Apenas durante a semana do evento de descontos da Amazon, por exemplo, foram registradas 400 ocorrências em unidades da fabricante. Vale lembrar que o período de promoções ocorre pela primeira vez no Brasil em outubro de 2023.

O que diz a Amazon

Ao 💥️TechTudo, a Amazon refutou veementemente todas as acusações feitas pela matéria do site de jornalismo investigativo . Segundo eles, houve uma interpretação errada do índice DART, métrica utilizada inclusive pelo órgão responsável por Segurança do Trabalho nos Estados Unidos. A empresa também se disse "obcecada" pela segurança de seus funcionários, garantindo que oferece desde programas preventivos voltados para ergonomia até equipamentos de segurança nos postos de trabalho.

Confira o pronunciamento da Amazon na íntegra:

Via Reveal, The Verge

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