Cinco grandes perigos do metaverso

O metaverso promete oferecer uma nova realidade à Internet. O mundo virtual proposto pela Meta e por outras gigantes da tecnologia utiliza recursos avançados, como realidade virtual e aumentada, para permitir que as pessoas interajam entre si por meio de avatares 3D. No entanto, essa novidade pode esconder uma série de perigos ao usuário e à sociedade, como violação de privacidade, circulação de informações falsas e promoção de discursos de ódio.

1 de 4 Metaverso apresenta grandes perigosos ao combinar ambiente virtual com mundo real — Foto: Carol Fernandes/TechTudo

Metaverso apresenta grandes perigosos ao combinar ambiente virtual com mundo real — Foto: Carol Fernandes/TechTudo

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1. Violação de privacidade

A ideia de um metaverso nos moldes propostos pela Meta depende de um conjunto de acessórios e hardwares especializados para estabelecer ligações entre o usuário e o mundo virtual. Assim como acontece com celulares, esses novos aparelhos podem conter uma série de sensores capazes de reunir dados dos usuários, abrindo espaço para que a rede social guarde informações pessoais dos internautas.

Metaverso pode acarretar problemas de privacidade — Foto: Reprodução/Facebook 2 de 4 Metaverso pode acarretar problemas de privacidade — Foto: Reprodução/Facebook

Metaverso pode acarretar problemas de privacidade — Foto: Reprodução/Facebook

Além da coleta de informações, também existe uma preocupação com eventuais vazamentos e possíveis interceptações desses dados por terceiros. Outra questão que tem gerado discussão é até que ponto o usuário pode confiar na capacidade da Meta de reunir esses dados e usá-los de forma responsável, dado o histórico de escândalos de privacidade da empresa.

2. Impacto na autoestima

O metaverso pode se tornar um espaço de projeções pouco saudável. Isso porque um dos apelos do conceito é justamente ser um ambiente de coexistência virtual em que o usuário pode criar seu próprio avatar 3D, seja representando a si mesmo ou criando um personagem fictício.

Avatares perfeitos no metaverso podem acentuar problemas de autoestima — Foto: Divulgação/Facebook 3 de 4 Avatares perfeitos no metaverso podem acentuar problemas de autoestima — Foto: Divulgação/Facebook

Avatares perfeitos no metaverso podem acentuar problemas de autoestima — Foto: Divulgação/Facebook

Especialistas acreditam que essa capacidade pode abrir espaço para que pessoas com problemas de autoestima usem o ambiente virtual para expor uma versão idealizada e "perfeita" de si mesmos. Isso impactaria a percepção que esses indivíduos têm de si no mundo real e poderia intensificar distorções já existentes — uma vez que, fora do metaverso, não é possível eliminar características físicas em uma tela de personalização.

3. Assédio

Experiências de realidade virtual conectadas com o que o metaverso promete para o futuro ainda são limitadas, mas relatos de episódios envolvendo assédio sexual e agressão já estão se tornando comuns. Assim como em outros espaços conectados, a exemplo dos canais de comunicação de games online, essas experiências têm encorajado comportamentos agressivos de pessoas que se sentem protegidas pelo anonimato e pelo distanciamento oferecido pelo ambiente virtual.

Um dos relatos mais significativos é de uma participante do programa beta do Horizon Worlds, experiência conectada em realidade virtual da Meta, empresa responsável pelo Facebook. A usuária teria sido vítima de abusos por outro participante, e os demais jogadores não interviram. Os responsáveis pela Meta afirmam que os participantes do programa passam por treinamento e que existem ferramentas de moderação acessíveis a quem se sentir agredido.

4. Circulação de desinformação e teorias da conspiração

Problemas que afetam redes sociais convencionais, como a disseminação de notícias falsas e a popularização de teorias da conspiração, também podem aparecer no metaverso. E já existem exemplos disso em plataformas conectadas de realidade virtual. Entre eles estão a realização de discursos racistas quando surge um avatar representando um grupo minoritário, além do uso de figuras que remetem a Hitler ou membros do Ku-Klux-Klan no serviço de chat VRChat.

Fusão do real com o virtual do metaverso pode oferecer novas formas de disseminação de discurso de ódio e notificas falsas — Foto: Reprodução/Meta 4 de 4 Fusão do real com o virtual do metaverso pode oferecer novas formas de disseminação de discurso de ódio e notificas falsas — Foto: Reprodução/Meta

Fusão do real com o virtual do metaverso pode oferecer novas formas de disseminação de discurso de ódio e notificas falsas — Foto: Reprodução/Meta

Para os especialistas, o Facebook e outras plataformas semelhantes falham no acompanhamento desse tipo de comportamento. Sem a devida regulamentação, experiências no metaverso — ambiente muito mais complexo que as atuais redes sociais — podem contribuir para impulsionar a veiculação de discursos de ódio e de fake news em um nível muito mais alarmante.

5. Golpes envolvendo criptomoedas

Se não for regulado apropriadamente, o metaverso pode funcionar como uma "terra de ninguém" a ser explorada por criminosos. Especialistas em segurança da empresa Cisco identificaram golpes e ataques que podem ser praticados nos ambientes virtuais para roubar quantias de dinheiro, criptomoedas e dados pessoais dos usuários.

Um dos golpes identificados nesses ambientes explora contratos smart, forma eletrônica que usa tecnologias como blockchain para garantir que o contratante receba um item depois que determinada condição – como um pagamento – tenha sido atendida. Criminosos, no entanto, têm encontrado formas de explorar esse tipo de acordo para que a vítima pague e não receba o produto – em geral um NFT.

Outros golpes comuns são de engenharia social, que têm o objetivo de induzir as vítimas a cederem informações pessoais. Nessa modalidade, marcas famosas também são usadas como isca para convencer usuários a gastar dinheiro de verdade com produtos e serviços inexistentes.

Com informações de The New York Times, MIT Technology Review, Bloomberg, Business Insider, The Guardian, Forbes e Malwarebytes

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