Cinco coisas que não te contaram sobre NFTs e você precisa saber

Os NFTs estão cada vez mais populares na Internet, mas ainda são um fenômeno recente e, portanto, representam um "mistério" para muita gente. Sigla para "non-fungible token" ("token não-fungível", em tradução livre), essa tecnologia inaugurou um mercado de troca de ativos digitais de alto risco, que pode expor a privacidade dos usuários e favorecer a aplicação de golpes milionários. Além de debates sobre segurança e confiabilidade dos investimentos, os NFTs também suscitam discussões a respeito do impacto ambiental causado pela produção de criptomoedas. Na lista a seguir, o 💥️TechTudo aborda esses e outros aspectos relacionados ao mercado de NFTs.

1 de 5 NFTs: lista traz cinco fatos curiosos sobre os tokens não fungíveis — Foto: Picture Alliance/Getty Images

NFTs: lista traz cinco fatos curiosos sobre os tokens não fungíveis — Foto: Picture Alliance/Getty Images

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1. É fácil ser vítima de golpes

Com a popularização dos NFTs, golpes envolvendo os ativos digitais estão sendo cada vez mais comuns. Alguns, inclusive, foram responsáveis por prejuízos milionários. Em agosto de 2023, por exemplo, criminosos usaram o nome do artista Bansky para vender uma peça supostamente original por 244 mil libras, o equivalente à época a R$ 1,7 milhão. No fim das contas, o material não era do artista, e o comprador acabou no prejuízo.

Suposto artista vende peça de NFT falsa e some com dinheiro de investidores — Foto: Reprodução/Twitter @IconicsSol 2 de 5 Suposto artista vende peça de NFT falsa e some com dinheiro de investidores — Foto: Reprodução/Twitter @IconicsSol

Suposto artista vende peça de NFT falsa e some com dinheiro de investidores — Foto: Reprodução/Twitter @IconicsSol

Em setembro do mesmo ano, um estelionatário fingiu ser um artista digital e apresentou uma coleção de arte em NFT para investidores. Ele chegou a exibir algumas das supostas oito mil peças em seu canal do Discord e realizou uma pré-venda de 2 mil NFTs, vendidos por 0,5 solanas, criptomoeda usada nessas negociações. Entretanto, em vez de receberem a obra de arte, os compradores ganharam uma coleção aleatória de emojis. Acredita-se que o farsante tenha arrecadado o equivalente a US$ 138 mil (ou R$ 649 mil). Após o golpe, o jovem sumiu com o dinheiro investido.

Casos parecidos vêm sendo reportados, e há um ponto em comum entre eles: a combinação de anonimidade e a falta de meios para se verificar a autenticidade do material. Como, em geral, o usuário desatento pode não ter mecanismos para confirmar a originalidade do conteúdo, nem a identidade de quem o negocia, o mercado de NFTs acaba se tornando uma opção atraente para golpistas.

2. NFTs impactam o meio-ambiente

NFTs são comercializados por meio da troca de criptomoedas, e esse processo de mineração eletrônica é extremamente oneroso do ponto de vista energético. Como a mineração consome muita eletricidade, ela acaba impactando negativamente as taxas de emissão de carbono na atmosfera e pode interferir significativamente no aumento do efeito estufa e no ciclo de mudanças climáticas do planeta.

Um estudo de 2023 da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, indica que minerar moedas virtuais, como Bitcoin e Ethereum, por um ano, pode representar um consumo de energia maior do que o gasto de um país como a Argentina nesse mesmo período de tempo.

Mercado de criptomoedas e NFTs podem contribuir para processos que aceleram as mudanças climáticas — Foto: Divulgação/Pexels 3 de 5 Mercado de criptomoedas e NFTs podem contribuir para processos que aceleram as mudanças climáticas — Foto: Divulgação/Pexels

Mercado de criptomoedas e NFTs podem contribuir para processos que aceleram as mudanças climáticas — Foto: Divulgação/Pexels

Em uma escala menor, é possível comparar uma transação de compra de NFTs ao consumo diário de um chuveiro elétrico. A moeda Ethereum é uma das mais usadas no processo de compra dos tokens e pode representar um consumo de até 48 kilowatt/hora por operação realizada. Isso equivale ao consumo mensal de 30 minutos diários de um chuveiro com cerca de 3.500 Watts de potência.

3. A noção de propriedade de um NFT é questionável

Quando adquire um NFT, você está comprando um certificado digital registrado em blockchain que lhe confere a propriedade de um arquivo digital – seja ele uma imagem em .JPG, uma animação, um vídeo, uma música, entre outros. O que nem todos sabem é que os direitos autorais da peça continuam sendo de propriedade do autor. Sem autorização para explorar a obra, o comprador, em tese, sequer poderia exibir o material em uma galeria ou website.

Compra de um NFT não equivale a obter os direitos autorais de uma obra — Foto: Picture Alliance / Getty Images 4 de 5 Compra de um NFT não equivale a obter os direitos autorais de uma obra — Foto: Picture Alliance / Getty Images

Compra de um NFT não equivale a obter os direitos autorais de uma obra — Foto: Picture Alliance / Getty Images

Além disso, vale questionar até que ponto faz sentido gastar dinheiro para ter o direito de posse sobre a versão original de algo que é perfeitamente reprodutível. Afinal, você precisa possuir o arquivo .JPG original de um meme ou arte digital, por exemplo, para apreciá-los? A resposta, certamente, é não. Isso ajuda a explicar por que NFTs têm, cada vez mais, se tornado um meio especulativo em que investidores procuram lucros, e não necessariamente valorização da arte e cultura digital.

4. NFTs podem comprometer a segurança e privacidade dos usuários

Transações com criptomoedas operam em um contexto tênue de anonimidade. Você pode até não saber quem está por trás de uma carteira, mas pode mapear suas transações no blockchain de forma clara. Os NFTs, por outro lado, acabam dando margem para que dados identificadores de usuários sejam interceptados com facilidade.

Por exemplo: se você comprar um NFT de uma determinada imagem e começar a usar essa imagem como avatar em uma rede social, será fácil identificar a transação relacionada à compra. Isso, consequentemente, revela a sua carteira de criptomoedas e todo o seu histórico de transações.

Algo do tipo aconteceu com o apresentador de TV dos Estados Unidos Jimmy Fallon. Ele comprou um NFT da coleção Bored Ape Yacht Club e o mostrou na TV: em minutos, internautas foram capazes de identificar a transação que tinha realizado a compra, a carteira usada por Fallon e todo o histórico de operações associado a ela.

5. NFTs não são um bom investimento

Se você encara os NFTs como uma forma de investimento, é importante saber que tokens são recursos de alto risco. Os humores do mercado de NFTs oscilam bastante e, diferentemente de títulos públicos ou ações de empresas, não há como atestar o valor intrínseco do ativo comprado. Hoje, por exemplo, os NFTs da coleção Bored Ape Yacht Club, que trazem imagens de macacos entediados, são avaliados na casa dos milhares de dólares porque há compradores que concordam com esse valor.

Sem valor intrínseco apreciável, NFTs podem oscilar muito de valor de uma hora para outra — Foto: Pixabay 5 de 5 Sem valor intrínseco apreciável, NFTs podem oscilar muito de valor de uma hora para outra — Foto: Pixabay

Sem valor intrínseco apreciável, NFTs podem oscilar muito de valor de uma hora para outra — Foto: Pixabay

O problema é que, assim que esse tipo de conteúdo sair de moda ou que as massas mudarem de ideia – e isso acontece rapidamente e com grande frequência –, o NFT poderá perder valor rapidamente. Assim, o que foi comprado por alguns milhares de reais se torna uma imagem cotada a apenas alguns centavos.

Com informações de Wired (1 e 2), Make Use Of, BusinessInsider e TheConversation

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