2024: Catástrofe climática no Rio Grande do Sul marcou ano no Brasil
A catástrofe climática que devastou o Rio Grande do Sul deixando centenas de mortos, milhares de desalojados e que destruiu grande parte das infraestruturas do estado, incluindo o principal aeroporto do sul do Brasil, marcou o país em 2024.
Entre o fim de abril e maio, o Rio Grande do Sul foi atingido por enchentes provocadas por fortes chuvas. As bacias dos principais rios transbordaram, causando prejuízo em centenas de municípios.
De acordo a Defesa Civil, 90% do Rio Grande do Sul, ou seja, 478 das 497 cidades do estado foram afetadas pela chuva naquele período, em que 183 pessoas morreram e 27 vítimas ainda estão desaparecidas.
Milhares de pessoas tiveram de sair das suas casas, as estradas ficaram bloqueadas e a maioria das atividades económicas foram suspensas. As autoridades locais informaram que a tragédia climática afetou diretamente cerca de dois milhões de pessoas.
Se no primeiro semestre as chuvas intensas devastaram o sul do Brasil, a seca afetou outras regiões do país no segundo semestre, elevando o número de focos de incêndio em 43% na Amazónia (região norte), 64% no Cerrado e 139% no Pantanal (no centro-oeste), de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) até novembro.
Na maior parte do Brasil, os incêndios costumam intensificar-se entre agosto e outubro, com um pico em setembro, mas em julho de 2024 já havia sinais de que o país enfrentaria uma das piores secas da história e os incêndios ficaram fora de controlo.
No campo económico, o executivo brasileiro enfrentou a desconfiança do mercado financeiro, que criticou a expansão dos gastos públicos ao longo do ano e pediu uma política efetiva de cortes de despesas, apresentada em novembro, que depende da aprovação do Congresso.
Como dado positivo, o Governo brasileiro comemorou a queda do desemprego aos níveis mais baixos em 12 anos e a revisão das previsões de um crescimento da economia acima de 3% até ao fim de 2024.
O país também registou um avanço das investigações sobre a alegada tentativa de golpe de Estado depois da vitória do atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, contra o ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022.
Os julgamentos contra cerca de 1.400 ‘bolsonaristas’ e apoiantes da extrema-direita que invadiram e vandalizaram as sedes do Três Poderes em 08 de janeiro de 2023 avançaram. Ao todo, 304 réus nesse caso já foram condenados, quatro foram absolvidos e 502 aceitaram acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR).
As investigações sobre a participação de Bolsonaro numa tentativa de golpe, realizada pela Polícia Federal desde 2023 em paralelo ao inquérito dos atos de 08 de janeiro de 2023, avançaram e, em novembro, a autoridade policial entregou o seu relatório final apontando que o ex-presidente e mais 36 pessoas teriam conspirado para impedir a posse de Lula da Silva formulando planos que alegadamente incluíam a morte de autoridades.
O documento resume a investigação e será analisado pelo Ministério Público, que decidirá se existem provas suficientes para acusar o ex-chefe de Estado brasileiro e os demais envolvidos perante o Supremo Tribunal Federal (STF) no próximo ano.
O Brasil também ficou marcado pela disputa entre o bilionário Elon Musk e o mais alto tribunal do país.
No dia 30 de agosto a rede social X foi bloqueada por decisão do juiz Alexandre de Moraes, do STF, porque fechou o seu escritório no Brasil, recusou-se a apontar um representante legal no país, a cumprir decisões judiciais e a pagar multas impostas pela Justiça.
Apenas em 08 de outubro, depois de todas as exigências judiciais feitas à empresa terem sido cumpridas, a plataforma voltou a funcionar no país sul-americano.
Na esfera diplomática, o Brasil presidiu aos eventos do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, defendendo como tema central o combate à pobreza, reformas na governação global e a criação de um imposto contra os super-ricos.
Em novembro, quando o Brasil sediou um encontro dos chefes de Estado do G20, o país conseguiu aprovar uma declaração final apesar das dificuldades impostas pelos conflitos na Ucrânia e na Palestina, e a criação de uma aliança global contra a fome e a pobreza.
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