Petrobras utiliza HoloLens na análise de rochas de poços de petróleo
O HoloLens é um dispositivo de realidade mista que, desde janeiro de 2022, vem sendo utilizado pela Petrobras no Cenpes, o Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da empresa. Desenvolvido pela Microsoft na década passada, o aparelho insere elementos holográficos na realidade, permitindo que os usuários interajam com um ambiente híbrido e personalizável. A estatal brasileira, atualmente, faz uso da tecnologia para disseminar conhecimento e analisar amostras físicas no Laboratório de Rochas do Cenpes.
O 💥️TechTudo conversou com Yaro Parizek, Gerente de Tecnologias de Rochas da Petrobras, sobre a utilização do HoloLens no Cenpes. A seguir, entenda a função dos óculos inteligentes na empresa e saiba como eles têm influência, inclusive, na extração de petróleo.
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2 de 4 HoloLens sendo utilizado por um cientista da Petrobras — Foto: Yuri Neri/TechTudoHoloLens sendo utilizado por um cientista da Petrobras — Foto: Yuri Neri/TechTudo
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O Laboratório de Rochas da Petrobras
Quem vê de longe as gigantescas plataformas petrolíferas mal sabe o trabalho que dá decidir onde elas se situarão. A logística para a extração de petróleo demanda muitos recursos e, por isso, cada movimento deve ser minuciosamente calculado. Para isso, amostras de pedras são coletadas nos poços de perfuração da empresa — algumas delas são extraídas de locais com mais de 5.000 m de profundidade. Logo, elas são encaminhadas para o Laboratório de Rochas e Testemunhos do Cenpes.
As rochas coletadas e analisadas pelo laboratório são a ponte entre a inteligência da empresa e as reservas petrolíferas. A partir dos estudos laboratoriais, descobre-se o tipo de porosidade encontrado nas amostras e, consequentemente, a qualidade do petróleo presente na área da qual elas foram extraídas. Isso acontece porque tanto o petróleo quanto o gás são alojados nos poros das pedras.
3 de 4 Yaro Parizek manuseia amostras de pedras e os diferentes tipos de petróleo extraídos delas — Foto: Yuri Neri/TechTudoYaro Parizek manuseia amostras de pedras e os diferentes tipos de petróleo extraídos delas — Foto: Yuri Neri/TechTudo
Assim, pequenas amostras de poucos centímetros são responsáveis por elucidar, para a empresa, a quantidade e a qualidade do petróleo em áreas quilométricas. Além de análises tomográficas, microscópicas e outros tipos de trabalhos, uma observação macroscópica das pedras por parte dos geólogos é inevitável. Nesse contexto, entra o HoloLens: com a realidade aumentada criada pelo dispositivo, os cientistas conseguem ter acesso tanto ao "real" quanto aos hologramas. Dessa forma, eles podem analisar as amostras físicas enquanto conferem dados e informações virtuais projetadas pelo aparelho.
HoloLens e a realidade híbrida
Os óculos inteligentes da Microsoft foram lançados oficialmente em março de 2016. O Cenpes, no entanto, utiliza o sucessor do dispositivo, o HoloLens 2, que saiu para o mercado em um número limitado de exemplares em novembro de 2023. O aparelho mescla a realidade com imagens holográficas, misturando o real ao virtual em um ambiente misto.
Além de permitir que o usuário visualize os hologramas, os óculos possibilitam interagir com eles. O HoloLens identifica as mãos da pessoa que o veste, permitindo-a interagir, minimizar e até mover as imagens holográficas que encontra. Comandos de voz também são possíveis, havendo a possibilidade de combinar a fala e as mãos para navegar de forma mais fluida.
Em dezembro de 2023, as primeiras atividades experimentais com o HoloLens 2 foram realizadas no Cenpes. Elas envolveram equipes de especialistas em Geologia e Tecnologia da Informação da Petrobras, além do time da Microsoft. Logo no mês seguinte, o experimento foi concluído e, desde janeiro de 2022, o dispositivo vem sendo utilizado no Laboratório de Rochas.
Os óculos inteligentes logo ganharam função nos projetos de pesquisa do laboratório. Desde janeiro, a realidade mista criada pelo aparelho fomenta reuniões e discussões técnicas, que geralmente envolvem equipes multidisciplinares da empresa. Apesar de, teoricamente, a fase experimental já ter sido concluída, os cientistas ainda estão adaptando suas rotinas às funcionalidades do HoloLens. Contudo, eles alegam que os ganhos de produtividade no cotidiano já são notáveis.
4 de 4 HoloLens sendo utilizado na plataforma petrolífera — Foto: Divulgação/PetrobrasHoloLens sendo utilizado na plataforma petrolífera — Foto: Divulgação/Petrobras
Além de disseminar o conhecimento e ajudar na análise de amostras de rochas, o HoloLens já "embarca" em outras aventuras dentro da empresa. Os óculos inteligentes já são utilizados no navio-plataforma FPSO P-57, localizado na costa do Espírito Santo. Nesse contexto, o aparelho serve como uma espécie de assistente remoto para manutenções e inspeções dentro da embarcação.
A Petrobras relata o exemplo de quando um técnico foi guiado por teletrabalho por meio do dispositivo. No episódio, o trabalhador embarcado, enquanto fazia a manutenção elétrica da plataforma, recebeu orientações de especialistas que estavam a centenas de quilômetros do navio.
Além da estatal brasileira, empresas como Audi e Mercedes-Benz já fazem uso do HoloLens. Embora hoje a realidade aumentada ainda seja ficção para a maioria das empresas, dispositivos como esse nos ajudam a imaginar as tecnologias que estarão presentes no ambiente de trabalho do futuro.
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