Relembre seis polêmicas que agitaram a Internet em 2022
O ano de 2022 foi marcado por várias polêmicas na Internet. Algumas delas se estenderam durante o ano inteiro, como é o caso da compra do Twitter por Elon Musk, que se iniciou em abril e só foi concretizada em outubro. As mudanças implementadas pelo bilionário causaram instabilidade na rede social e deixaram muitos usuários do microblog insatisfeitos. O Telegram não ficou de fora dos escândalos e quase foi bloqueado no Brasil devido à circulação de notícias falsas na plataforma. Meta e Netflix também adotaram medidas que causaram diferentes reações entre os usuários e merecem a menção nesta lista. A seguir, relembre seis polêmicas que agitaram a web em 2022.
- 1 de 7
Compra do Twitter está entre as polêmicas da Internet mais comentadas em 2022; confira a lista — Foto: Divulgação/Getty Images
Compra do Twitter está entre as polêmicas da Internet mais comentadas em 2022; confira a lista — Foto: Divulgação/Getty Images
📝 Segurança na Internet: como saber se uma loja é confiável? Comente no Fórum do TechTudo
1. Quase bloqueio do Telegram no Brasil
Em 18 de março, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou o bloqueio do aplicativo de mensagens Telegram por plataformas digitais e provedores de Internet. A decisão foi motivada pelo descumprimento de ordens judiciais que solicitavam a suspensão de perfis responsáveis por espalhar fake news no mensageiro e atendeu a um pedido da Polícia Federal.
2 de 7 Telegram quase foi bloqueado no Brasil em 2022 — Foto: Divulgação/Getty ImagesTelegram quase foi bloqueado no Brasil em 2022 — Foto: Divulgação/Getty Images
Na ocasião, a PF havia solicitado o bloqueio de três contas ligadas ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, a entrega dos dados cadastrais dos perfis à Justiça e o bloqueio do repasse de recursos. Segundo o órgão, a negativa do Telegram em cumprir as exigências o tornava “um terreno livre para proliferação de diversos conteúdos, inclusive com repercussão na área criminal”.
O bloqueio do Telegram foi noticiado por diversos veículos e dividiu opiniões nas redes sociais. A ordem judicial estava em fase de cumprimento quando foi revogada dia 23 de março, após o Telegram acatar as decisões pendentes e se desculpar pelo atraso.
2. Anúncio de cobrança por senha compartilhada na Netflix
Também em março, a Netflix iniciou um processo para realizar cobranças adicionais aos clientes que compartilham a conta com usuários que não moram no mesmo endereço. Segundo o streaming, o compartilhamento indevido de senhas prejudica a capacidade da empresa de investir em novos produtos. Com a decisão, quando for detectado que uma conta está sendo usada em outro endereço por mais de duas semanas, o responsável receberá uma notificação e poderá escolher entre alterar o endereço ou criar uma subconta para os membros extras.
Até o momento, o recurso foi implementado no Chile, Costa Rica, Peru, Argentina, República Dominicana, El Salvador, Guatemala e Honduras. Ainda não há previsão para o início das cobranças extras no Brasil.
3 de 7 Compartilhar senha da Netflix pode gerar cobrança extra — Foto: Fernando Telles/TechTudoCompartilhar senha da Netflix pode gerar cobrança extra — Foto: Fernando Telles/TechTudo
A medida deixou muitos usuários descontentes, já que o compartilhamento de senhas com membros que não vivem na mesma casa tornou-se comum. A nova mudança, assim como o reajuste dos valores e a concorrência de outros streamings, fez a Netflix apresentar uma perda significativa de assinantes pela primeira vez em sua história. No primeiro trimestre de 2022, foram 200 mil. Já no segundo trimestre, houve 1 milhão de cancelamentos de assinaturas, resultando em uma perda total de 1,2 milhões de assinantes no primeiro semestre.
3. Campanha de difamação do TikTok financiada pela Meta
O enorme crescimento do TikTok fez do aplicativo de vídeos curtos um dos principais concorrentes da Meta, empresa que administra grandes redes sociais como Facebook e Instagram. Diante dessa rivalidade, surgiram boatos de que a companhia de Zuckerberg havia contratado a empresa Targeted Victory para espalhar notícias falsas e difamatórias sobre o TikTok. A denúncia veio a público dia 30 de março, em uma publicação do jornal que expôs o conteúdo de e-mails dos diretores e de funcionários da Targeted Victory.
As mensagens incluíam planos para divulgar, nos meios de comunicação, conteúdos que levassem a crer que o TikTok era uma ameaça para os jovens e que era o berço de trends perigosas. Com esse objetivo, a empresa contratada pela Meta chegou a criar e promover alguns desafios absurdos e vinculá-los ao TikTok, como a trend “Slap a teacher challenge” (“Desafio bata em um professor”, em tradução literal). Como o nome sugere, a ideia era bater em um professor em sala de aula, filmar e publicar no app chinês.
4 de 7 TikTok teria sido alvo de campanha difamatória orquestrada pela Meta — Foto: Divulgação/TikTokTikTok teria sido alvo de campanha difamatória orquestrada pela Meta — Foto: Divulgação/TikTok
Quando as primeiras informações sobre esse desafio surgiram, em setembro de 2023, o TikTok começou a ser acusado de incitar comportamentos violentos. Porém, a pesquisadora de desinformação Abbie Richards mostrou que não havia nenhum vídeo do tipo na rede social chinesa até 5 de outubro. O único indício do desafio era uma lista, que teria surgido no Facebook, e mostrava diversos desafios no TikTok envolvendo escolas.
Quando a Targeted Victory foi procurada pelo Washington Post para falar sobre o assunto, preferiu não responder e apenas afirmou que representa a Meta há muitos anos e está orgulhosa do trabalho que ambos têm feito. Vale lembrar que as polêmicas envolvendo Meta e TikTok são antigas, já que o Facebook é banido da China desde 2009. Além disso, Zuckerberg também tentou comprar o TikTok, mas não teve sucesso.
4. Atualização do Instagram que mostraria quem viu seu perfil
Em junho, um tuíte publicado pelo streamer Goularte mostrava uma suposta atualização do Instagram que permitia visualizar quem acessou o seu perfil. A publicação recebeu milhares de curtidas e compartilhamentos no Twitter. Além disso, dados do Google Trends mostraram um crescimento nas buscas por termos relacionados à suposta atualização, que deixou muitos em pânico. Diante de tamanha repercussão, o streamer Goularte excluiu o post e explicou que tudo não passava de uma brincadeira. Dias mais tarde, o próprio Instagram confirmou que a informação era falsa.
5 de 7 Boato falso sobre o Instagram circulou nas redes e foi desmentido — Foto: Nicolly Vimercate/TechTudoBoato falso sobre o Instagram circulou nas redes e foi desmentido — Foto: Nicolly Vimercate/TechTudo
Para realizar tal façanha, Goularte pesquisou as fontes tipográficas usadas pela rede social e fez uma rápida edição, criando uma captura de tela com aspecto quase idêntico à interface do Instagram. Depois, o influenciador publicou uma postagem com a legenda “Mano, e o Instagram que agora tá mostrando se você visitou o perfil de alguém? Meu Deus, como eu vou stalkear?”. Em poucas horas, o tuíte viralizou. Apesar da polêmica, muitos seguidores elogiaram a criatividade do youtuber.
5. Campanha contra "tiktokrização" do Instagram
Desde que o recurso Reels foi lançado, em junho de 2023, o Instagram tenta se aperfeiçoar e aumentar sua influência no mercado de vídeos curtos, que hoje é dominado pelo TikTok. Para isso, a rede social planejava expandir a recomendação de conteúdos e implementar um feed em tela cheia. Os testes do recurso, entretanto, não foram bem recebidos por grande parte dos usuários da rede social, que foi acusada de imitar o TikTok.
A influencer Kylie Jenner está entre os famosos que criticaram as alterações. Ela e sua irmã Kim Kardashian compartilharam Stories em que pediam que o Instagram “virasse o Instagram de novo”. Na postagem, havia um link para uma petição online contra a “tiktokrização” do Instagram. Na época, o abaixo assinado chegou a 190 mil assinaturas.
6 de 7 Instagram foi acusado de imitar o TikTok ao investir em vídeos curtos com o Rells — Foto: Rubens Achilles/TechTudoInstagram foi acusado de imitar o TikTok ao investir em vídeos curtos com o Rells — Foto: Rubens Achilles/TechTudo
Diante da polêmica, o chefe da rede social, Adam Mosseri, voltou atrás e pausou os testes do feed em tela cheia, e diminuiu as recomendações algorítmicas de conteúdo. Segundo a Meta, é necessário “um tempo” para estudar melhor as novidades e implementá-las da forma correta. Mosseri, porém, afirmou que o Instagram continuará investindo em vídeos curtos.
6. Compra do Twitter por Elon Musk
A compra do Twitter pelo bilionário Elon Musk envolveu uma série de polêmicas. Para começar, o acordo foi fechado em 25 de abril, mas a compra só ocorreu oficialmente em 27 de outubro. Musk havia suspendido o negócio porque queria um relatório da empresa que comprovasse que as contas falsas e spams na rede social representam um percentual inferior a 5%, como havia sido inicialmente declarado. Muitos especularam, no entanto, que o real motivo do atraso poderia ser uma desistência do bilionário ou uma tentativa de reduzir o valor acordado, de US$ 44 bilhões.
Mas foi após a conclusão do acordo que as maiores polêmicas começaram. Assim que Elon Musk assumiu a empresa, ele começou a enxugar o quadro de funcionários. Já foram demitidas cerca de 7,5 mil pessoas, inclusive de setores essenciais da empresa, como a área de desenvolvimento do aplicativo para Android.
7 de 7 Elon Musk comprou o Twitter em outubro de 2022 — Foto: Divulgação/Getty ImagesElon Musk comprou o Twitter em outubro de 2022 — Foto: Divulgação/Getty Images
Outro ponto incômodo foi a liberação, em 9 de novembro, do novo Twitter Blue, cuja assinatura permite comprar o selo azul de verificação. A novidade gerou uma onda de perfis falsos verificados se passando por figuras públicas e empresas. Poucos dias após lançamento, o serviço premium foi suspenso, sendo relançado apenas dia 12 de dezembro. Diante dessa turbulência, a rede social também perdeu alguns anunciantes, preocupados com a forma como o app está sendo conduzido.
O cenário caótico fez surgirem novas redes sociais, que se apresentavam como alternativa ao Twitter. Um dos exemplos mais famosos é o Koo, aplicativo indiano muito similar ao microblog e que atraiu milhares de usuários brasileiros. O sucesso repentino do Koo fez com que os desenvolvedores tomassem medidas para atender os brasileiros, como o lançamento da versão em português e contratação de uma equipe de comunicação no país.
Com informações de
Dicas do WhatsApp: como ver mensagens apagadas no app
O que você está lendo é [Relembre seis polêmicas que agitaram a Internet em 2022].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
Wonderful comments