Twitter: 6 mudanças que Elon Musk fez no microblog após ser contrariado
Desde que Elon Musk comprou o Twitter, em outubro de 2022, muitas dinâmicas da rede social foram alteradas. O curioso é que algumas dessas mudanças têm a ver com casos em que o bilionário foi contrariado por usuários da plataforma. A exclusão do indicador "Twitter for iPhone" ou "Twitter for Android", por exemplo, aconteceu meses depois de Musk reclamar da Apple enquanto usava um iPhone e, por isso, ter sido zombado pelos internautas. Mudanças mais drásticas, como a demissão de milhares de funcionários do microblog, também podem ter relação com o estilo de gestão do bilionário, tido como autocrático por muitos.
🔎 Comunidades do WhatsApp x Canais no Telegram: qual é o melhor? Compare
Coincidência ou não, é possível mapear as mudanças da plataforma e relacioná-las a eventos protagonizados pelo seu novo CEO. Na lista a seguir, o 💥️TechTudo elenca seis vezes em que Elon Musk foi contrariado e fez mudanças no Twitter.
1 de 2 Confira seis vezes em que Elon Musk modificou o Twitter após ser contrariado — Foto: Divulgação/Getty ImagesConfira seis vezes em que Elon Musk modificou o Twitter após ser contrariado — Foto: Divulgação/Getty Images
📝 Como fazer download de todos os tuítes do Twitter? Comente no Fórum do TechTudo
1. Exclusão do ícone “Twitter for iPhone ou Android”
A remoção do indicativo “Twitter for iPhone" ou "Twitter for Android” foi uma das primeiras alterações feitas por Elon Musk no Twitter. Segundo o novo dono da rede social, a mensagem — assim como outros recursos da plataforma —, não fazia diferença para o pleno funcionamento do microblog e, por isso, era dispensável.
Curiosamente, a remoção ocorreu um ano após Musk ser denunciado pelo recurso enquanto fazia uma reclamação contra a Apple. Na ocasião, o bilionário havia comentado sobre a batalha judicial entre a desenvolvedora do iPhone e a Epic Games por conta das taxas cobradas na Apple Store. “As taxas da loja de aplicativos da Apple são, realmente, um imposto global na Internet. Epic está certa”, comentou Musk.
Entretanto, alguns usuários da rede social zombaram do bilionário, alegando que ele estava criticando a Apple com um produto da própria marca. Coincidência ou não, a mensagem “Twitter for iPhone” desapareceu da plataforma.
2. Suspensão de usuários que fingiam ser o próprio Elon Musk com o Twitter Blue
Elon Musk tornou o selo de verificação do Twitter um recurso pago. O CEO queria, em suas palavras, "democratizar o jornalismo e empoderar a voz do povo", mas não foi isso que aconteceu. Com o selo, muitas contas falsas surgiram na plataforma — algumas delas, inclusive, fingiam ser o próprio Elon Musk. Além disso, também apareceram perfis de celebridades e empresas, o que causou uma suspensão temporária em novas assinaturas do Twitter Blue.
Um dos casos mais marcantes foi quando um usuário se passou pelo perfil oficial da Nintendo para postar uma imagem ofensiva do personagem Mario. A alta recorrência de atos semelhantes obrigou Elon Musk a inibir a prática com banimentos permanentes.
3. Demissão de funcionários do Twitter
Com apenas uma semana no comando do Twitter, Elon Musk demitiu cerca de 3,7 mil funcionários — cerca de 50% do contingente total. Segundo o bilionário, o corte ocorreu para balancear os gastos da plataforma. "Em relação à redução de força do Twitter, infelizmente não há escolha quando a empresa está perdendo mais de US$ 4 milhões/dia", declarou.
Apesar da justificativa do bilionário, muitos dos funcionários demitidos haviam criticado publicamente as ações do novo CEO. O desenvolvedor Eric Frohnhoefer, por exemplo, utilizou seu perfil para desmentir uma fala de Musk e foi respondido pelo proprietário do Twitter com a frase “está demitido”. O tuíte foi excluído minutos depois, mas a ação não passou despercebida pelos usuários.
Além disso, pouco antes de iniciar as demissões em massa, Musk deixou claro que estaria focado em trazer mudanças para a rede social e criar um "Twitter 2.0". Para isso, segundo ele, seria preciso ter uma equipe extremamente “hardcore”, disposta a trabalhar cerca de 80 horas semanais. Os funcionários que não concordaram com os novos requisitos foram mandados embora com três meses de rescisão.
Entretanto, problemas técnicos começaram a aparecer na plataforma pouco tempo após as demissões. Alguns usuários, inclusive, pensaram que o Twitter iria acabar na época. Depois, o CEO veio a público se desculpar pelo acontecimento e recontratar muitos dos funcionários demitidos.
4. Restrição de enquetes oficiais apenas para usuários do Twitter Blue
Em dezembro de 2022, Elon Musk abriu uma votação em seu perfil pessoal com a pergunta "Devo deixar o cargo de chefe do Twitter?”. A enquete recebeu uma quantidade expressiva de 17 milhões de votos e o resultado foi de 57,7% para “Sim” e 42,5% para “Não”. Com os números negativos, um usuário chamou a atenção de Musk ao afirmar que o resultado da enquete teria sido manipulado com bots, e que o CEO deveria investigar.
Pouco tempo depois, outro usuário recomendou que as enquetes voltadas para decisões políticas dentro da plataforma se tornassem exclusivas apenas para assinantes do Twitter Blue. Musk gostou da ideia e prometeu efetuar a alteração.
5. Banimento de jornalistas que fizeram reportagens sobre Elon Musk
Apesar de se dizer um defensor assíduo da liberdade de expressão, Musk baniu alguns jornalistas que fizeram reportagens sobre o Twitter. O banimento tinha relação com a decisão do CEO de banir mais de 25 contas que monitoravam voos particulares de pessoas ricas — entre elas o próprio Elon Musk — a partir de dados disponíveis publicamente na Internet. Os perfis eram, em sua maioria, administrados por Jack Sweeney, um estudante da Universidade da Flórida Central, e a causa do banimento, segundo a plataforma, foi — termo que caracteriza a prática de divulgar dados pessoais de usuários sem o seu consentimento.
O caso atraiu a atenção de alguns jornalistas, incluindo profissionais de grandes veículos, como Donie O’Sullivan, da CNN; Ryan Mac, do The New York Times; e Drew Harwell, do The Washington Post, que escreveram sobre a situação. Pouco tempo após as críticas, os jornalistas foram acusados por Musk de também cometer doxxing e, posteriormente, foram banidos da plataforma.
Poucos dias após o banimento, o proprietário do Twitter ofereceu aos jornalistas a chance de voltar para a rede social caso as postagens com críticas fossem apagadas. Apesar de nem todos os jornalistas terem acatado a condição, o bilionário cedeu à pressão popular e restabeleceu as contas suspensas. Entretanto, os perfis de Jack Sweeney continuam banidos.
6. Liberdade de expressão absoluta?
Apesar de ser conhecido como um dos “paladinos” da liberdade de expressão absoluta, Elon Musk vem descobrindo que a realidade não é tão simples. Como toda rede social, o Twitter sempre tentou moderar o conteúdo criado pelos usuários para manter um ambiente digital seguro. No entanto, com a chegada do novo CEO, algumas medidas moderadoras foram revertidas — e isso serviu de alerta para muitos anunciantes.
2 de 2 Muitas marcas consideraram remover anúncios do Twitter após declarações de Musk — Foto: Divulgação/Getty ImagesMuitas marcas consideraram remover anúncios do Twitter após declarações de Musk — Foto: Divulgação/Getty Images
Já que as marcas não querem ser atreladas a um ambiente em que discursos de ódio e notícias falsas são livremente difundidos, muitas empresas consideraram remover anúncios da plataforma. Segundo o relatório da — organização sem fins lucrativos voltada para o monitoramento da mídia —, 50% dos 100 maiores patrocinadores do site deixaram de anunciar no final de 2022. Entre as marcas é possível destacar a CNN, Dell, Ford e Jeep.
Fake News: como denunciar no WhatsApp, Facebook, Twitter e apps 📱
O que você está lendo é [Twitter: 6 mudanças que Elon Musk fez no microblog após ser contrariado].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.
Wonderful comments