Jornalista da Venezuela é presa, acusada de terrorismo e posta em condicional

Carmela Longo, uma conhecida jornalista venezuelana, foi presa em Caracas no domingo (25) por policiais que teriam invadido a casa dela, segundo um sindicato de jornalistas e uma organização local de direitos humanos.

Na manhã desta segunda (26), ela recebeu liberdade condicional após audiência na qual foi acusada de incitação ao ódio e terrorismo. Carmela está proibida de deixar o país, deverá comparecer periodicamente perante a Justiça e está sob censura: ela não pode declarar ou escrever sobre seu caso, de acordo com publicação do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Imprensa da Venezuela (SNTP).

A prisão ocorreu em meio à crise pós-eleitoral que vive a Venezuela após a questionada reeleição do ditador Nicolás Maduro.

O SNTP e a organização de direitos humanos Espacio Público disseram em suas contas no X que agentes com um mandado de busca foram ao apartamento de Carmela e a levaram sob custódia.

Dias antes, ela havia afirmado em sua conta no Instagram que havia deixado seu trabalho no jornal pró-regime Últimas Notícias após 20 anos.

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"Policiais nacionais levaram a jornalista e seu filho, além de alguns equipamentos de informática," disse o sindicato em uma postagem no X que incluía um vídeo mostrando a repórter entrando em uma van da polícia com agentes vestidos de preto.

De acordo com o sindicato, são 13 o total de trabalhadores da imprensa presos na Venezuela. Ao menos oito jornalistas foram detidos após a eleição presidencial de 28 de julho.

Entre os presos após o pleito estão: Ana Carolina Guaita (do site La Patilla, presa no dia 20 em Maiquetía), Gilberto Reina (editor da página La Sapa del Orinoco, preso no dia 16 em Ciudad Bolívar), José Gregorio Camero (jornalista e dirigente político, preso dia 3 em Valle de la Pascua), Roland Carreño (jornalista e dirigente político, preso dia 2 em Caracas), Deisy Peña (fotojornalista, presa no dia 2 em Guaicaipuro), Yousner Alvarado (fotojornalista, preso dia 29 de julho em Barinas) e Paul León (repórter cinematográfico do canal VPItv, preso no dia 30 de julho, em Valera).

Gabriel González, Luis López e Carlos Julio Rojas foram detidos ainda durante a pré-campanha e a campanha eleitoral, e Ramón Centeno está preso desde fevereiro de 2023, segundo o sindicato.

O Ministério da Informação e a Procuradoria-Geral não responderam aos pedidos de informações.

Atualmente, há 1.674 prisioneiros políticos no país, o maior número até agora neste século, disse a ONG de direitos legais Foro Penal nas redes sociais na sexta-feira (23). A contagem não inclui os que foram libertados ou pessoas detidas por 48 horas ou menos.

"Registro com preocupação a detenção da jornalista Carmela Longo. Continua a repressão contra o jornalismo", publicou no X Pedro Vaca, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

O filho de Carmela foi liberado após ser interrogado na sede da Direção de Investigação de Maripérez, segundo o SNTP.

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