Na busca para eleger 1ª mulher presidente, democratas tentam não repetir erro de Hillary

A perspectiva de eleger a primeira mulher presidente dos Estados Unidos empolga democratas, mas também assusta. Diante do trauma da derrota de Hillary Clinton para Donald Trump em 2016, quando o gênero foi um dos principais temas da campanha, o partido tenta entender, e evitar, os erros do passado com Kamala Harris.

A candidata fará seu aguardado discurso de aceitação da nomeação do partido na noite desta quinta (22), encerrando quatro dias de convenção.

"Kamala Harris é uma mulher não branca e estamos orgulhosos disso. Mas estamos pedindo para que as pessoas votem nela porque ela é a melhor pessoa para o trabalho, não a melhor mulher para o trabalho", disse nesta quinta a toda-poderosa Nancy Pelosi, primeira mulher a presidir a Câmara dos Deputados —e um dos alvos preferenciais do candidato republicano.

"As pessoas não votam no gênero da pessoa, mas no que as políticas propostas significam para elas no seu dia a dia", diz. "É maravilhoso que ela seja uma mulher não branca, mas para vencer a eleição, precisamos falar sobre as questões que importam na vida das pessoas."

A estratégia dos últimos quatro dias de convenção foi, justamente, ressaltar a biografia da vice-presidente como "uma protetora" e "uma lutadora", conforme os títulos dos vídeos reproduzidos no evento, relembrando sua carreira como procuradora e sua atuação no Senado. De todos os palestrantes das últimas três noites, Michelle Obama foi a quem mais enfatizou o gênero e a raça de Kamala, temas que tiveram pouco espaço no geral.

"Kamala já foi a primeira mulher vice-presidente, então é uma transição mais fácil para presidente", opina Pamm Fair, 63, delegada da Califórnia.

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"Eu lembro como foi grande quando Barack Obama foi eleito, mas hoje, para os meus filhos de 30 e poucos anos, esse tipo de coisa já não é tão significativo. É normal para eles ter uma presidente mulher", compara.

Ilustrativo desse argumento, o jovem Christoph Schoer, 19, da Virgínia, afirma que o mais importante é que Kamala é "qualificada e apaixonada". "O fato de ser mulher é só a cereja do bolo, de um excelente e grande bolo de muitas coisas. Os EUA não estão mais nos anos 1900", diz.

Diante da mesma pergunta —por que as coisas seriam diferentes para Kamala do que foram para Hillary—, Quetcy Lozada, 53, vereadora da Filadélfia, hesita um momento.

"É uma ótima questão", afirma. "Acho que hoje há uma noção maior entre as mulheres dos direitos que nos pertencem na sociedade. Mulheres como Kamala mostram que temos que nos apoiar para conquistá-los", afirma.

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