Kamala pisca o olho às classes mais necessitadas.pt - Última hora e notícias de hoje atualizada

A presumível candidata democrata à Casa Branca, Kamala Harris, anunciou na tarde desta sexta-feira partes essenciais da sua agenda económica. Deu prioridade à diminuição dos custos da alimentação e da habitação e insistiu no incentivo ao aumento da natalidade.

Porém, antes de qualquer revelação, lembrou a herança deixada à Administração liderada por Joe Biden, o presidente dos EUA que renunciou à recandidatura, apoiando a sua vice-presidente. Lidámos com uma das piores crises económicas da História. Hoje, devido às nossas políticas, temos a economia mais forte do mundo”.

O plano de Harris define que a população mais necessitada receba até 6000 dólares (5500 euros) em benefícios por cada novo filho, uma ajuda que acresce a outra, suspensa durante a pandemia, que permite às famílias embolsarem até 3600 dólares (3265 euros) em ajuda por cada criança ao seu cuidado. Sobre este ponto, o rival republicano, Donald Trump, garante que, com ele na chefia de Estado, este último valor chegará aos 5000 dólares (4536 euros).

Trump e Harris procuram, assim, persuadir as classes baixa e média, uma parte significativa do eleitorado que, por norma, confia mais em políticos conservadores para gerirem a economia, indicam diversas sondagens. Biden nunca convenceu o eleitorado sobre a sua competência neste capítulo, uma impopularidade que não se transferiu para a sua vice-presidente. Segundo aqueles mesmos estudos de opinião, Harris é vista como sendo tão competente quanto Trump.

“A nossa economia mostra-se robusta em muitos aspetos, porém os preços dos bens alimentares, por exemplo, continuam demasiado altos. Vocês sabem disso e eu também”, recordou Kamala Harris, durante a intervenção que se realizou na cidade de Raleigh, na Carolina do Norte, estado onde se regista um empate entre democratas e republicanos na corrida presidencial. Por ali, a última vitória liberal ocorreu em 2008, obra de Barack Obama.

💥️“Farei tudo para forçar a descida dos preços”

Kamala prometeu, também, incentivos fiscais que promovam a construção de nova habitação, acenando com mais de três milhões de novas casas nos primeiros quatro anos, ou seja, ao longo de um eventual primeiro mandato.

Especificamente, canalizaria um fundo de 40 mil milhões de dólares (36 mil milhões de euros) para estados e autarquias que apostassem na promoção de projetos imobiliários. Para os compradores de primeira casa, existirá um vale de 25 mil dólares (22 mil euros)”, afirmou Harris, jurando que nenhuma das medidas afetará o défice.

A vice-presidente dos EUA aproveitou a intervenção para criticar, também, “as grandes empresas que têm lucrado excessivamente à custa dos consumidores”. Visivelmente irritada, lembrou que “quando for presidente, a partir do primeiro dia, farei tudo para forçar a descida dos preços”.

O setor de processamento de carne foi um dos principais visados por Harris, que anunciou que perseguirá “com todo o poder da Justiça” os gigantes do setor que, entre si, mantenham os preços artificialmente altos. “A Comissão Federal de Comércio e os procuradores gerais estaduais terão toda a autoridade para investigar e impor multas às empresas que recusem baixar os preços aos consumidores que desesperam por alguma poupança”.

O senador Bernie Sanders destacou-se como um dos primeiros políticos a reagirem ao plano económico de Harris. Num comunicado enviado à imprensa, confessou: “É uma agenda económica que começa a falar para as necessidades das famílias trabalhadoras e ataca a ganância da classe empresarial que alastra na América”. O Expresso questionou um dos assessores do político sobre a qualidade das propostas de Harris. “Tem tudo o que o senador Sanders gostaria? Não. Trata-se de um primeiro passo no sentido de tornar o nosso país mais justo? Absolutamente”.

Andrew Lautz, vice-diretor do organismo Bipartisan Policy Center, também aceitou comentar a intervenção da vice-presidente. “É altamente improvável que medidas isoladas como estas tenham um impacto significativo na queda da inflação”, disse. “O mesmo se aplica às ideias de Trump. A diminuição dos preços não ocorrerá de forma rápida”.

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