PF indicia Silvinei e Torres por suspeita de uso da PRF sob Bolsonaro para barrar eleitor de Lula

A Polícia Federal indiciou o ex-diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e outras quatro pessoas sob suspeita do uso da estrutura da corporação em favor do então presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

A PF também indiciou quatro policiais federais cedidos ao Ministério da Justiça naquela época: Marília Ferreira Alencar, Fernando de Sousa Oliveira, Leo Garrido de Salles Meira e Alfredo de Souza Lima Coelho.

Os seis foram indiciados com base no artigo 359-P do Código Penal, que prevê o crime de "restringir, impedir ou dificultar, com emprego de violência física, sexual ou psicológica o exercício de direitos políticos a qualquer pessoa em razão de seu sexo, raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional".

A PF também solicitou ao STF (Supremo Tribunal Federal) uma extensão no prazo para interrogar os indiciados antes de apresentar as conclusões da investigação à corte.

Segundo a apuração da PF, a PRF foi usada para tentar impedir o deslocamento de eleitores do presidente Lula (PT) no segundo turno da eleição. Para isso, Silvinei determinou a realização de blitze no transporte de eleitores, principalmente no Nordeste, região onde o petista teve ampla margem de votos.

Ao realizar as blitze, Silvinei descumpriu ordem do ministro do STF e então presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre de Moraes.

O diretor, que era muito próximo de Bolsonaro, foi convocado no segundo turno da eleição a dar explicações a Moraes —à época presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)— sobre a atuação do órgão, sob o risco de ter a prisão decretada.

Também no dia da eleição do segundo turno, Silvinei pediu votos para Bolsonaro nas redes sociais. Publicou uma imagem da bandeira do Brasil com as frases "Vote 22. Bolsonaro presidente". Depois apagou a postagem.

Investigadores chegaram a negociar ao menos duas delações premiadas no inquérito —entre elas há colaboração de policiais federais.

Um dos elementos levados em conta pela PF é um mapeamento com o nome das cidades em que Lula recebeu mais de 75% dos votos no primeiro turno. Este levantamento foi encontrado no celular de Marília Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça, comandado então por Torres.

Investigadores viram relação entre a planilha achada e as cidades que tiveram barreiras da PRF durante o pleito.

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