Nobel agredida na prisão no Irã tem pedido de atendimento hospitalar negado, diz defesa

A ativista de direitos humanos iraniana Narges Mohammadi, laureada com o Prêmio Nobel da Paz em 2023 e que foi violentamente agredida por guardas prisionais na semana passada, de acordo com sua família, teve atendimento médico e acesso a seus advogados e parentes negados, segundo um de seus defensores afirmou na quinta-feira (15).

Mostafa Nili demonstrou preocupação sobre o estado de sua saúde de sua cliente, após a situação ser comunicada a ele por suas companheiras de cela.

"Minha cliente diz que foi agredida e tem hematomas pelo corpo", afirmou Nili no veículo de notícias Emtedad, de tendência reformista. "Apesar das ordens do médico da prisão e considerando a condição cardíaca da minha cliente", disse, "ela não foi enviada ao hospital".

Nili afirmou que nos últimos nove meses, as autoridades prisionais negaram a Narges, 52, o direito de fazer ligações telefônicas e de ter visitas de sua família e advogado.

Ativista de direitos humanos e direitos das mulheres mais proeminente do Irã, ela cumpre uma sentença de 10 anos desde 2023, acusada de ameaçar a segurança nacional pela causa que defende.

As autoridades do país disseram que a premiação do Nobel a ela era uma decisão política tendenciosa.

Da ala feminina da prisão, Narges organizou palestras e conclamou protestos contra as violações dos direitos humanos do governo.

Em 6 de agosto, ela e outras prisioneiras protestaram e entoaram slogans contra a execução planejada de um homem curdo, Reza Rasaei, 34, preso durante manifestações em 2022 e acusado de ter um papel no assassinato de um membro das forças de segurança do Irã. Ele nega, e grupos de direitos humanos disseram que ele foi condenado em "um julgamento simulado".

A página do Instagram de Narges também publicou um áudio de um protesto anterior que ela e outras prisioneiras fizeram naquele mês contra a pena de morte. As mulheres podem ser ouvidas entoando: "Nem ameaças, nem repressão, nem execuções têm mais efeito", e "Morte ao ditador".

Segundo o marido de Narges, Taghi Rahmani, e o advogado Nili, agentes do Ministério da Inteligência que estavam na prisão tentaram reprimir seus cantos e, em seguida, guardas prisionais entraram no pátio da penitenciária.

As mulheres foram violentamente agredidas, empurradas e enfiadas em suas celas e trancadas lá dentro, disse o marido.

Dez delas desmaiaram, e cinco, incluindo Narges, sofreram ferimentos, segundo a versão de Rahmani. Os guardas agrediram Narges, desferindo golpes em seu peito. Companheiras de cela chegaram a pensar que a Nobel da Paz tinha sofrido um ataque cardíaco, de acordo com Rahmani.

As mulheres foram atendidas na clínica da prisão, onde o médico ordenou que ela fosse levada a um hospital, disseram tanto Rahmani quanto Nili.

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