Mudanças climáticas elevaram em até 20 vezes chances de incêndios em parte da amazônia

As mudanças climáticas aumentaram em pelo menos três vezes as chances de ocorrência das condições favoráveis para incêndios florestais sem precedentes no Canadá e em até 20 vezes na Amazônia Ocidental entre março de 2023 e fevereiro de 2024, elevando as emissões de gases de efeito estufa, causando devastação ambiental e provocando mortes de moradores.

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Pesquisa internacional divulgada nesta quarta-feira (14) conclui que, apesar de a área global queimada ter sido próxima à média de anos anteriores —cerca de 3,9 milhões de km2, o que corresponde a mais do que o território da Índia—, as emissões por incêndios no mundo ficaram 16% acima da média. Totalizaram 8,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (Gt CO2), ou seja, a sétima mais alta desde 2003.

O primeiro relatório State of Wildfires, que passará a ser anual, foi publicado na revista científica Earth System Science Data. Ele analisa os incêndios florestais (com vegetações/ecossistemas diversos), identificando eventos extremos, e avalia as causas, previsibilidade e atribuição desses eventos às mudanças climáticas e ao uso da terra, apontando riscos futuros sob diferentes cenários.

Para isso, foram desenvolvidas ferramentas e reunidos dados de todos os países, com uso de inteligência artificial, visando compreender e prever incêndios extremos para fornecer informações práticas a tomadores de decisão e à sociedade. Um painel com os resultados está disponível online.

De acordo com a pesquisa, a temporada de incêndios na Amazônia Ocidental (que inclui os estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia) foi impulsionada por secas prolongadas ligadas ao El Niño.

Essas secas aliadas às condições meteorológicas explicaram 68% dos incêndios, mas ações antrópicas, como desmatamento, agricultura e fragmentação de paisagens naturais, também tiveram influência. De maneira geral pelo mundo, as causas que levaram aos incêndios foram múltiplas.

Coliderado pela Universidade de East Anglia, pelo Met Office, pelo Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido (UKCEH) e o Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), o estudo teve a participação de três brasileiros entre os 44 pesquisadores.

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