Lula diz não reconhecer Maduro vitorioso e agora sugere nova eleição na Venezuela

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quinta-feira (15) que não reconhece o ditador Nicolás Maduro como vitorioso nas eleições da Venezuela e sugeriu novas eleições ou um governo de coalizão como saídas para a crise no país vizinho.

"Ainda não [reconheço Maduro como vitorioso]. Ele sabe que está devendo explicação para a sociedade brasileira e para o mundo", afirmou Lula. "Tem varias saídas, como fazer governo de coalizão, convocar a oposição. Muita gente não votou em mim e eu trouxe todo mundo para o governo."

O presidente respondeu a críticas de que o Brasil, como fizeram Argentina e Estados Unidos, deveria reconhecer a vitória do candidato de oposição Edmundo González nas eleições do dia 28.

"Não posso dizer que a oposição foi vitoriosa porque não tenho os dados. E muito menos posso dizer que o Maduro foi vitorioso porque não tenho os dados. Não quero me comportar de forma apaixonada e precipitada, quero resultados", disse Lula.

A oposição venezuelana afirma que venceu as eleições com base no que afirmam ser as atas eleitorais de cerca de 80% das mesas de votação do país. Com esses documentos em mãos, que foram publicados online, a aliança antichavista diz que González teve 67% dos votos contra 30% de Maduro.

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Esses números são consistentes com análises independentes de veículos como os americanos The New York Times e The Washington Post. Ademais, as atas eleitorais apresentadas pela oposição têm alta probabilidade de serem legítimas, de acordo com a checagem de uma organização colombiana. Um dos únicos observadores independentes do pleito, o Carter Center, também indicou vitória de González.

O CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela proclamou Maduro vencedor com 52% dos votos contra 43% da oposição, mas não apresentou as atas (similares ao boletim de urna no Brasil) que comprovariam esse resultado, apesar de forte pressão internacional, inclusive do Brasil.

"Se [Maduro] tiver bom senso, podia tentar fazer conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições", disse Lula nesta quinta. "[Um pleito] que participe todo mundo e deixar que participem olheiros. O que não posso é ser precipitado e tomar decisão. Quero respeitar soberania dos outros países."

Esta foi a segunda vez que o presidente mencionou publicamente a eleição no país vizinho. Na anterior, foi alvo de críticas por afirmar que não via nada de anormal na situação venezuelana. Aliados disseram que ele quis se referir ao dia da eleição, no sentido de que não houve violência.

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