Mortes em Gaza ultrapassam 40 mil; Israel fala em 17 mil terroristas eliminados

Mais de dez meses após o início da guerra na Faixa de Gaza, o número de mortos no território palestino ultrapassou nesta quinta-feira (15) a marca de 40 mil, segundo o Ministério da Saúde local, controlado pelo Hamas. A persistência do conflito tem feito mediadores internacionais aumentarem a pressão pelo estabelecimento de uma trégua, embora a possibilidade de um acordo, ao menos por ora, pareça distante.

O relatório divulgado pelas autoridades palestinas aponta 40.005 mortes em 314 dias da guerra Israel-Hamas. Outras 92.401 pessoas teriam ficado feridas. E mais de 1,9 milhão (ou 90% da população de 2,1 milhões) tiveram de deixar suas casas, o que configura uma das maiores crises humanitárias da atualidade.

Frente às críticas internacionais e mesmo internas, o governo de Israel tenta descredibilizar os números. O Ministério da Saúde de Gaza não faz distinção entre integrantes do Hamas e civis. Já Tel Aviv afirma que os dados são exagerados e que ao menos 17 mil terroristas foram eliminados.

A guerra de narrativa ocorre enquanto representantes de Israel e mediadores internacionais fazem uma nova rodada de negociações para um cessar-fogo em Gaza. Os diálogos ocorrem em Doha, após pressões de Egito, Estados Unidos e Qatar, e devem se estender pelo menos até esta sexta-feira (16).

Representantes do Hamas, porém, acusam Israel de protelar a trégua e não participam das conversas. Não há, portanto, otimismo para que um acordo seja firmado, uma vez que Tel Aviv mantém a promessa de erradicar o grupo palestino ao mesmo tempo em que exige a devolução dos cerca de 120 reféns ainda mantidos sob poder da facção terrorista, embora não se saiba quantos deles estão vivos ou mortos.

Receba no seu email uma seleção semanal com o que de mais importante aconteceu no mundo

À distância, Hossam Badran, porta-voz do Hamas, reiterou que qualquer acordo para cessar-fogo deve incluir a "retirada completa" das tropas israelenses da Faixa de Gaza, além do retorno das pessoas deslocadas para suas casas, condições das quais o governo israelense não parece disposto a ceder.

Não bastassem os impasses políticos, os esforços para uma trégua ocorrem em um momento de ainda mais tensão no Oriente Médio. No último dia 31, uma ofensiva atribuída a Israel em Teerã, a capital do Irã, matou o chefe político do Hamas, Ismail Haniyeh, e o país persa prometeu retaliação contra Tel Aviv —desde então, o Estado judeu vem se preparando para um ataque cuja natureza pode definir se haverá uma escalada em direção a uma guerra generalizada.

O governo dos EUA enviou à região navios, submarinos e aviões de guerra numa tentativa de dissuadir eventuais ataques. Washington espera ainda que um acordo de cessar-fogo possa neutralizar o risco de um conflito mais amplo —os negociadores americanos disseram que o dia de negociações em Doha foi construtivo.

O que você está lendo é [Mortes em Gaza ultrapassam 40 mil; Israel fala em 17 mil terroristas eliminados].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...