Lula erra, cai em armadilha e perde credibilidade na crise da Venezuela

💥️[RESUMO] Inúmeras falhas do governo Lula em relação à crise democrática na Venezuela mostram a debilidade da pretensão brasileira de ser uma liderança na América do Sul. Bússola ideológica da política externa levou Brasil a uma armadilha. País parece preferir uma ditadura alinhada ao Sul Global a uma democracia simpática a Washington.

A crise política na Venezuela é o teste mais importante para a política externa do governo Lula 3. Coloca-se à prova a competência dos seus formuladores, testa-se a capacidade dos operadores de amealhar informações estratégicas baseadas em evidências tangíveis e expõe-se a debilidade💥do processo decisório no compasso regional. Em jogo, não está apenas a Venezuela, mas, também, os limites da liderança brasileira na América do Sul.

O Brasil incorreu em graves e sucessivos erros de avaliação estratégica sobre a complexidade da crise política venezuelana. O primeiro equívoco foi o voto de confiança concedido pelo governo brasileiro a Caracas, de forma antecipada, na crença de que tratar bem Nicolás Maduro e estender-lhe o tapete vermelho, em Brasília, em maio de 2023, daria ao Brasil uma vantagem comparativa para influenciar o transcurso dos acontecimentos no país vizinho.

O segundo deslize foi acreditar na boa-fé ou na moderação do presidente venezuelano sem exigir compromisso firme e contrapartidas logo na largada.

Com o passar do tempo, estava claro que Maduro não deixaria o poder sob hipótese alguma. A estratégia madurista de fraudar a eleição entrou em curso não no dia da votação, mas quando o mandatário venezuelano passou a prender opositores ao regime, caçar candidaturas competitivas e impedir registros de oposicionistas às vésperas do pleito presidencial.

Os formuladores da política exterior do Brasil erroneamente se fiaram nos Acordos de Barbados como potencial barreira que limitaria a sanha autoritária de Maduro. Contudo, ele, que nunca dependeu do Brasil como depende de China, Rússia e Cuba, usou Brasília e convenceu os assessores presidenciais de Lula de que o regime teria cancha para vencer a eleição de modo "idôneo".

O entorno do presidente se dividiu. Alguns acreditaram na fábula madurista, ao passo que outros nem tanto. Estes, de todo modo, sempre preferiram uma vitória de Maduro a alguém da oposição por razões geopolíticas mais amplas. Enxergam a eleição na Venezuela como parte do embate entre os proponentes de uma nova ordem global, ente os quais o Brasil, sob liderança da China e Rússia, versus a hegemonia ocidental dos EUA e aliados europeus.

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