Enquanto espero as Paralimpíadas, um balanço particular das Olimpíadas

Pareceu estranho acordar de manhã sem um shido ou ligar a TV francesa sem um comentarista perdendo a voz de tanto gritar "oui, oui oui". Foi uma segunda-feira de ressaca olímpica, sem "Marselhesa" ou fan zone lotada em Paris.

Um clima quase de tristeza depois de tanta festa, dia e noite. Tristeza quente, com sol de 39ºC. Mas, segundo a própria organização, os Jogos não acabaram —"game is not over" é a mensagem que aparece na TV, em inglês, nos intervalos comerciais, avisando de ingressos baratinhos, disponíveis para as Paralimpíadas. Enquanto ela não começa, vamos a um balanço peculiar e particular dos Jogos.

💥️Abertura
Linda na TV, cansativa ao vivo, principalmente para quem estava de pé (eu), sem guarda-chuva na chuva (eu), no setor, digamos, menos nobre da cerimônia (eu).

💥️Vilões
Tivemos. Principalmente o time de futebol argentino, que pagou a conta dos coleguinhas da Copa América e suas comemorações racistas. Argentinos foram vaiados em diversas competições. Teve também o holandês Steven van de Velde, condenado por estupro e vaiado no vôlei de praia; e Joel Embiid, que poderia ter defendido a França, mas preferiu jogar pelos EUA. Não pegou bem em Paris.

💥️Herói
O nadador francês León Marchand, com quatro ouros e um bronze. Teve mais "Marselhesa" para León do que hino brasileiro para toda a delegação.


💥️Heroínas
As mulheres do Brasil, principalmente as mulheres negras, soberanas no quadro brasileiro de medalhas.


💥️Au 💥️revoir
O mundo olímpico não está preparado para o breaking. Que o esporte siga feliz, com b-boys, b-girls e b-alegria em outras paradas. Na Olimpíada, não rolou. Com todo respeito, poderia levar a escalada olímpica junto… e o adestramento do hipismo… com todo respeito —guardarei minhas outras implicações olímpicas por mais quatro anos.

💥️Paris olímpica
Foi tudo genial na escolha das sedes. Da torre Eiffel no vôlei de praia ao percurso do ciclismo passando por Montmartre. Mas o rio Sena, vamos combinar, foi um erro. De repente eles podem receber um mundial de maratona aquática no ano que vem. Neste agosto não dava.


💥️Nova contagem de medalhas
Este escriba sugere uma mudança radical na contagem de medalhas. Esportes coletivos e competições por equipes deveriam valer mais. Um ouro no futebol poderia contar como 11 no quadro; o vôlei, seis; o basquete, cinco. Ginástica por equipe, time misto de judô, todo mundo deveria contar mais medalha no quadro. E o rúgbi 7… ainda estou pensando.

💥️E em Los Angeles?
Teremos, entre outros, football flag, um jeitinho de chegar perto do futebol americano; teremos um críquete que não é bem críquete, porque o críquete de verdade demora mais tempo que todo o ciclo olímpico; e teremos squash, o que significa que estamos há um passo de transformar beach tennis em esporte olímpico. Oremos.

💥️Clã Macedo
Não deu para o querido Dario Ivanovski, que acabou em 69º lugar entre os 81 atletas inscritos para a maratona. Foi a última chance de medalha para a Macedônia do Norte nos Jogos. Mas Rafael Macedo ganhou o bronze no judô por equipes do Brasil. É o brilho dos Macedos em Paris.

O que você está lendo é [Enquanto espero as Paralimpíadas, um balanço particular das Olimpíadas].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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