Zelensky debate cimeira sobre o país com príncipe herdeiro saudita 24
O avião de Zelensky, cuja visita não tinha sido antecipadamente anunciada, aterrou em Jeddah, cidade costeira do mar Vermelho, onde foi recebido por responsáveis sauditas, entre os quais o conselheiro de Segurança Nacional e o embaixador em Kiev, informou a agência noticiosa oficial saudita SPA.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros saudita publicou na rede social X (antigo Twitter) fotografias de Zelensky com Mohammed bin Salman, governante ‘de facto’ do reino, sem revelar o conteúdo do seu encontro.
Mas Zelensky afirmou ter falado com o príncipe herdeiro sobre “os preparativos para a primeira cimeira mundial para a paz, os resultados esperados e a sua possível concretização, bem como as formas de aproximar a Ucrânia de uma paz genuína”.
“Peso pesado” do Médio Oriente, a Arábia Saudita tem procurado manter-se neutra quanto à guerra entre a Ucrânia e a Rússia, já no seu terceiro ano de duração.
O reino, o maior exportador mundial de crude, trabalha em estreita cooperação com Moscovo em matéria de política petrolífera e orgulha-se das suas relações com Moscovo e com Kiev desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, em fevereiro de 2022, posicionando-se como um possível mediador.
Nas últimas semanas, Zelensky deslocou-se a muitos países para obter o respetivo apoio e assegurar a sua participação na cimeira sobre a paz que decorrerá na Suíça.
O chefe de Estado ucraniano visitou não só os seus aliados tradicionais na União Europeia, mas também países do Médio Oriente e da Ásia que mantêm relações mais próximas com a Rússia. No início deste mês, esteve em Singapura, nas Filipinas e no Qatar.
É esperado que representantes de cerca de 90 países se reúnam na Suíça para discutir o plano de Kiev para pôr fim à guerra.
Esta cimeira decorrerá numa altura em que a Rússia está a fazer alguns avanços no campo de batalha no leste da Ucrânia, confrontando-se as forças militares de Kiev com escassez de efetivos e munições.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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