Divertida Mente 2 perde no humor debochado ao optar pelo didatismo

Chega ao cinema "Divertida Mente 2", a continuação do filme que encantou famílias inteiras ao abordar o que se passaria na cabecinha de uma criança nos primeiros anos de vida. Com a chegada da puberdade, os personagens recebem novos integrantes que bagunçam o coreto.

A animação se tornou, nesta semana, o filme mais visto nos cinemas brasileiros em todos os tempos, com mais de 20 milhões de espectadores.

Não precisa ser psicanalista para reconhecer que transformações anatomo-fisiológicas decorrentes da produção dos hormônios secundários criam novos desafios psíquicos. No entanto, é de fazer Freud virar na tumba supor que, antes dessa fase, se viveria sem grandes percalços subjetivos, sem angústia ou traumas.

Não é de hoje que os psicanalistas tentam demover os pais da fantasia de que seria possível proteger as crianças de todo e qualquer sofrimento. Há o sofrimento decorrente do simples fato de sermos seres autoconscientes e ele não depende de que algo contingencialmente disruptivo aconteça na vida da criança.

Lembremos que, no primeiro filme, Riley está lidando com uma mudança de cidade e todas as separações e perdas decorrentes. Esse acontecimento é usado como justificativa para o sofrimento dela e razão para que o conflito entre as emoções faça algum sentido.

Essa idealização da infância custa caro aos pequenos por impedir que encontrem lugares de acolhimento e nomeação dos seus anseios. Quem nunca ouviu um pai ou uma mãe dizer que a criança não tem direito de sofrer porque ela tem tudo?

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