Rússia ataca perto de base com B-52 dos EUA e intercepta avião-espião britânico

Dois dias depois da chegada dos primeiros bombardeiros estratégicos americanos para operar na Romênia, a Rússia promoveu um grande ataque com drones a um porto ucraniano a pouco mais de 100 km da base na qual os dois B-52 de Washington foram posicionados.

Em um incidente separado na mesma região, dando a medida da tensão local, um caça russo Su-27 interceptou e escoltou um avião-espião britânico R-135 que, por sua vez, voava protegido por dois caças Eurofighter no mar Negro na direção da Crimeia.

O ataque russo ocorreu por volta das 2h desta quarta (24, 20h de terça em Brasília) e obrigou a Força Aérea romena a acionar dois caças F-16 para proteger seu espaço aéreo. No ano passado, destroços de drones russos caíram no país, integrante da Otan, gerando protestos do seu governo.

O ataque mirou Izmail, um dos principais portos do rio Danúbio. Foram lançados da Crimeia 23 drones, dos quais 17 acabaram abatidos, segundo o governo local. Mas houve bastante destruição em solo, tanto na infraestrutura do terminal quanto em edifícios residenciais. Ao menos três pessoas ficaram feridas.

Izmail fica na margem oposta do Danúbio à cidade romena de Plauru e a 110 km da base aérea de Mihail Kogalniceanu, atualmente em obras que a tornarão a maior operada pela aliança militar ocidental na Europa em 2030.

Foi lá que os dois gigantescos bombardeiros B-52 pousaram no domingo (21) para uma rotação de talvez dois meses na região do mar Negro. É a primeira vez que a chamada Força-Tarefa de Bombardeiros dos EUA, criada em 2018, fica baseada na Romênia.

É uma sinalização à crescente tensão entre Rússia e EUA em torno do conflito ucraniano, com ameaças nucleares de Vladimir Putin sendo respondidas pelo governo de Joe Biden. Até aqui, a tática americana era a de desconsiderar as sugestões russas de uso de armas atômicas táticas, de impacto supostamente reduzido, como blefe.

Mas a maré mudou, e os EUA anunciaram que vão instalar mísseis convencionais ofensivos na Alemanha em 2026, algo que era proibido por um tratado do fim da Guerra Fria que foi abandonado por Donald Trump em 2018.

Já Putin congelou a participação russa no Novo Start, o principal acordo de limitação de armas estratégicas, aquelas feitas para ganhar guerras —e destruir o mundo no processo. E ameaça responder às armas americanas em solo alemão com mísseis nucleares em Kaliningrado.

Os B-52 estacionados na Romênia não carregam armas nucleares, e integram a parte da frota que foi desabilitada a fazê-lo. Mas sua operação é a mesma dos modelos que podem disparar mísseis de cruzeiro com cargas atômicas, logo o que interessa é mostrar a capacidade de empregá-los naquele teatro.

Isso leva a riscos adicionais. O mar Negro já tem um grande histórico de esbarrões entre aviões da Rússia e da Otan: um caça de Moscou disparou em 2022 um míssil, aparentemente sem querer, ao lado de uma aeronave espiã britânica R-135 e, no ano passado, um drone americano caiu após ser atingido por um aparelho russo.

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