Se González ganha, entregamos o poder e viramos oposição, diz filho de Maduro a jornal

Dias após Nicolás Maduro afirmar que haverá um "banho de sangue" na Venezuela caso a oposição, representada pelo diplomata Edmundo González, vença as eleições do próximo domingo (28), o filho do ditador deu uma declaração na direção oposta.

"Se Edmundo vencer, entregamos e seremos oposição, pronto. Não nasci na Presidência, meu pai não nasceu presidente", afirmou Nicolás Maduro Guerra em entrevista ao jornal espanhol El País. "E, se acabarmos virando oposição, seremos."

Nesse papel, que seria inédito para o chavismo em 25 anos, os que agora estão no poder não facilitariam a vida de seus adversários, continua. "Não sei se eles nos aguentam como oposição, somos incômodos", afirmou ele, que parece não acreditar em tal cenário. "Vamos vencer, eu garanto."

De acordo com pesquisas internas, diz Guerra, a vitória seria por 8% a 10%. "Neste ano, nós nunca captamos números em que aparecemos atrás. Nunca. Nem em janeiro, nem em fevereiro, nem em março. Em algum momento falou-se de cifras mais conservadoras que davam empate técnico", afirmou.

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Diversas pesquisas mostram que, se houver amplo comparecimento às urnas e transparência no processo, a oposição sairá vencedora. De acordo com dois dos principais institutos do país, González tem 60% da preferência, ante uma média de 25% a 28% para Maduro.

A declaração um pouco mais comedida em relação a uma eventual derrota contradiz o que o pai de Guerra vem dizendo nos últimos dias. Na quarta-feira passada (17), durante um comício em Caracas, Maduro mencionou a possibilidade de uma guerra civil caso seja derrotado nas urnas.

"O destino da Venezuela no século 21 depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não querem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, vamos garantir o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo", afirmou o ditador.

A fala fez até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que por anos demonstrou simpatia pelo regime, manifestar-se.

"Fiquei assustado com as declarações [...]. Quem perde as eleições toma um banho de votos, não de sangue. Maduro tem de aprender: quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora e se prepara para disputar outra eleição", disse o petista em uma entrevista a agências internacionais na última segunda-feira (22).

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