Governo articula missão para discutir tráfico na fronteira e estuda redução de danos para indígenas

A Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad), pasta que está vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, fará nesta semana uma missão em Tabatinga (AM), cidade localizada na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru e que tem como uma de suas marcas a presença do tráfico.

Serão realizadas conversas com autoridades colombianas e amazonenses, integrantes do governo federal e especialistas em segurança pública e na questão indígena.

Na terça-feira (23), um encontro binacional entre Brasil e Colômbia será iniciado com o lançamento do projeto "Defensoria Pública da União (DPU) nas Fronteiras", parceria entre o órgão e a secretaria liderada por Marta Machado que se dedicará ao atendimento nos presídios da região fronteiriça.

A iniciativa nasceu a partir do diagnóstico de que as unidades prisionais reúnem um número expressivo de mulheres e indígenas aliciados pelo tráfico e que atualmente não têm acesso à Defensoria Pública.

A missão ainda será uma espécie de ponto de partida para a implementação, pela secretaria do governo Lula, de uma metodologia para redução de danos no uso de drogas específica para indígenas. Reuniões com lideranças de povos originários e rodas de escuta com jovens estão previstas.

De acordo com Machado, o aliciamento pelo tráfico e o uso não só do álcool, mas também de outras drogas, tem sido uma questão crescente entre indígenas em Tabatinga e que demanda uma intervenção específica.

"Vamos fazer escutas para entender o contexto e também sua visão de mundo. A ideia da redução de danos foi muito pensada para contextos urbanos, não para povos indígenas, que têm outros tipos de vulnerabilidades e outras questões culturais", afirma a secretária Nacional de Políticas Sobre Drogas.

A missão parte do princípio de que o Ministério da Justiça deve atuar no combate ao tráfico de drogas não apenas por meio de forças de repressão, mas também por meio do desenvolvimento comunitário.

"Estamos fazendo um esforço de ampliar a agenda da segurança pública, porque se a gente ficar só na base da atuação policial, vai ficar enxugando gelo", diz Machado.

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