Equatorial estreia no Sudeste ao se tornar sócia da Sabesp; conheça a empresa

A Sabesp confirmou na terça-feira (16) que a Equatorial Energia cumpriu os requisitos para ser a investidora estratégica dentro do seu processo de privatização. Com isso, a elétrica será uma espécie de sócia do governo paulista na empresa de saneamento, levando 15% das ações, enquanto o estado ficará com 18%.

O grupo ofereceu R$ 67 por ação pela fatia de 15% da Sabesp, totalizando R$ 6,9 bilhões. Na época, o valor era 10% menor do que a cotação do papel na B3, que valia R$ 74.

Fundada há 20 anos, a Equatorial tem atuação majoritária no segmento de distribuição de energia, sendo o terceiro maior grupo de distribuição do país em número de clientes. Nos últimos anos, porém, a companhia tem buscado diversificar seus ativos.

Hoje a empresa também atua nos segmentos de transmissão, comercialização, energias renováveis, saneamento e telecomunicações.

Os negócios da empresa englobam sete distribuidoras de energia elétrica que cobrem 28,3% do território nacional e atendem mais de 14 milhões de clientes. A companhia também possui nove ativos operacionais de transmissão de energia, com 3,2 mil km de linhas, presentes em seis estados.

Em renováveis, o grupo possui 12 parques eólicos em operação nos estados da Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Pernambuco e Piauí, com capacidade instalada de 1.200 MW e um conjunto de projetos de 3,5 GW.

No setor de saneamento, a empresa atua desde 2023, quando venceu leilão para concessão da Companhia de Saneamento do Amapá, a CSA, com lance de R$ 930 milhões e compromisso de investimento de R$ 880 milhões.

Desde a compra, a Equatorial se classifica como a primeira companhia "multi-utilities" do país. "Utilities" é a denominação que engloba os setores voltados aos serviços públicos, como gás, energia e água.

Mas por enquanto, a experiência da empresa no setor de saneamento é curta e apenas local, com o atendimento de cerca de 82 mil clientes em 2023 e lucro operacional aferido no primeiro trimestre deste ano de R$ 1,5 milhão.

A compra da Sabesp, portanto, representa a entrada de vez da Equatorial no setor com um grande ativo no portfólio. O negócio também trará uma expansão regional à empresa, que com a aquisição está chegando ao Sudeste pela primeira vez.

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A Equatorial é conhecida no mercado por sua boa gestão e por ter capacidade de reestruturar outras empresas que ela adquire.

Logo no início de sua história, começou operando por meio da compra de distribuidoras em dificuldade financeira. A primeira aposta da empresa foi no âmbito da privatização da Cemar, no Maranhão, que foi fundada em 1958 e que desde 2001 apresentava problemas financeiros.

Quando a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), de 2002 a 2004, determinou a intervenção administrativa da empresa, o grupo Equatorial adquiriu a elétrica e implementou um plano de reestruturação.

O pesquisador Roberto Brandão, diretor científico geral do Gesel (Grupo de Estudos do Setor Elétrico) da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), diz que foi o trabalho realizado na Equatorial Maranhão que trouxe fama à empresa. Depois disso, a companhia acumulou outros casos de sucesso ao longo de sua história, segundo ele.

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