Plano de campanha de Trump prioriza migração, inflação e petróleo

Em uma semana, Donald Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato, apareceu como mártir no evento nacional de seu partido e viu um dos processos criminais do qual é alvo ser arquivado.

O ex-presidente consolidou de vez sua dominância no Partido Republicano, cujos reflexos são notados na nomeação de J.D. Vance como seu vice, um senador jovem e alinhado a Trump, no culto a sua imagem, onipresente em suvenires da convenção que terminou nesta quinta-feira (18), em Milwaukee, e na ausência de nomes críticos ao ex-presidente no evento.

O efeito é evidente também na plataforma de campanha republicana. O documento de 16 páginas lista, em linguagem muito semelhante à forma particular como Trump se comunica nas redes sociais —inclusive com tópicos inteiramente em letras maiúsculas—, uma série de propostas e promessas que vão de política externa a pautas sociais.

Análises do site Politico e do jornal The Washington Post apontam mudanças no tom entre o plano de campanha do partido em 2016 e o deste ano, destacando passagens que copiam de forma literal discursos e publicações em rede social de Trump, além das 19 vezes que o programa atual menciona o ex-presidente.

O documento deixa ainda muitas dúvidas sobre como seria um segundo governo Trump, mas indica suas apostas e prioridades em uma eventual volta à Casa Branca.

Antes da divulgação da plataforma, a campanha tentou se desvincular do chamado Projeto 2025, um plano paralelo à campanha capitaneado pela conservadora Fundação Heritage e elaborado por uma série de organizações e nomes ligados a Trump, devido ao caráter radical e polêmico de uma série de propostas.

"Nosso objetivo é montar um exército de conservadores alinhados, verificados, treinados e preparados para começar a trabalhar no primeiro dia para desconstruir o Estado Administrativo", escreve Paul Dans, diretor do Projeto 2025 e ex-integrante do governo Trump, na abertura do texto.

Ainda que não endosse o projeto, Trump ecoa tanto suas propostas como seu objetivo declarado. "Tivemos ótimas pessoas [no primeiro mandato], mas tivemos outras das quais eu não teria escolhido em uma segunda vez. Agora, eu conheço todo mundo, sou verdadeiramente experiente", disse o republicano em entrevista à Bloomberg.

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Imigração

O tema está no topo da lista da plataforma republicana e se relaciona a outros assuntos listados, como o combate à inflação, e ecoa a promessa antiga e fundamental da campanha trumpista de 2016 sobre a construção de um muro na fronteira com o México.

O programa defende a deportação em massa de imigrantes em situação irregular, o fortalecimento do ICE, a agência de imigração e alfândega dos EUA, e o aumento de punições para quem entra de forma ilegal no país ou permanece após o fim de vistos temporários.

Em entrevista à revista Time em abril, Trump afirmou que os EUA teriam 20 milhões de imigrantes em situação irregular no momento em que Biden deixasse o governo. "Nós não temos escolha", disse Trump na ocasião da entrevista, após ser questionado sobre as deportações.

Em 2023, o Pew Research Center estimou em cerca de 10,5 milhões o número de imigrantes ilegais no país; durante o governo Biden, cerca de 9 milhões de pessoas tentaram entrar em território americano.

O documento do partido também promete o retorno do Título 42, medida da primeira gestão de Trump que restringiu a entrada de imigrantes durante a pandemia da Covid-19.

Economia e energia

A plataforma —e Trump, em entrevista recente— bate muito na tecla da redução da inflação via, principalmente, aumento da oferta de energia.

Isso seria feito com mais investimentos para novas perfurações de petróleo e gás, aliado ao corte de impostos e regulações excessivas, a redução de "desperdícios de gastos federais" e a aplicação de tarifas a produtos importados.

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