O tribuno da plebe

Jean-Luc Mélenchon nasceu em Tânger, no Marrocos. Seu pai, gerente de uma agência dos correios, e a mãe, professora primária, nasceram na Argélia, então colônia francesa. Saiu do país com 11 anos, quando a mãe se divorciou e foi para a França.

Naturalizou-se francês. Como o Marrocos não admite a abdicação da cidadania, Mélenchon é binacional, marroquino-francês. Seus detratores o chamam de "o marroquino", rótulo pejorativo dos imigrantes norte-africanos.

A cidadania dupla veio à baila na eleição da Assembleia Nacional. A plataforma do Reunião Nacional, o RN, partido de Marine Le Pen, prometia impedir os binacionais de ocupar cargos relativos à "segurança".

Como não se definia quais cargos seriam esses, os 3,5 milhões de franceses binacionais ficaram num limbo jurídico. Empregos nas forças armadas ou na polícia, de parlamentar ou ministro, lhes seriam proibidos?

O repúdio à ideia foi unânime. Assim como Mélenchon, ex-ministro e ex-senador pelo Partido Socialista, outra franco-marroquina, Rachida Dati, tem papel destacado na França. De direita, ela foi ministra da Justiça e chefia agora a pasta da Cultura.

Criar uma categoria de pessoas com menos direitos que as outras é racismo —os imigrantes e seus filhos, na maioria muçulmanos, saem da África e do Oriente Médio para viver na França. Depois de um período regulamentar, pleiteiam a cidadania plena.

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