Preocupa a obrigação do profissional de virar garoto-propaganda de si

Depois da temporada paulista, Bruno Mazzeo e Lucio Mauro Filho estrearam a peça "Gostava Mais dos Pais" no Rio de Janeiro. Fui assisti-los.

Sou mais velha do que a dupla, mas, depois dos 50, todo mundo tem a mesma idade. Como eu, ambos foram paridos na coxia e tiveram a sorte de terem nascido no século passado. Caso estivessem em começo de carreira neste momento aguerrido da humanidade, talvez tivessem até desistido do palco, atormentados pela pecha de "nepo babies", neologismo azedo tão em voga na atualidade.

A peça trata da comparação com Chico Anysio e Lúcio Mauro pai, enfrentada pelos dois durante toda a juventude. E do desafio da maioridade de vingarem com as novas gerações de espectadores, que medem o talento de um ator pelo número de seguidores nas redes sociais.

A coisa é séria. Os streamings ainda escalam o elenco com mais de 45 anos pela qualidade interpretativa, mas os novinhos precisam passar do milhão de seguidores para sequer serem cogitados. O ator vale pelas razões de sempre, mas também pela contribuição que trará para a divulgação de uma série ou filme no oceano virtual.

A primeira vez que me deparei com essa nova realidade foi numa campanha de comercial, quase duas décadas atrás. Por dois anos, um colega e eu nos transformamos em garotos-propaganda de uma empresa sólida. No terceiro ano de renovação, contrataram outra agência e o diretor que assumiu marcou um jantar conosco, para esclarecer os novos rumos do reclame. Fomos.

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