Avanço da direita radical na França pode ter efeito cascata no resto da Europa?

O quão provável é um cenário em que a França acorde na segunda-feira diante do fortalecimento de uma nova direita radical?

Esse foi o debate acalorado das manchetes de jornais e de políticos na União Europeia e outros países pelo continente após o primeiro turno das eleições parlamentares francesas da semana passada.

Mas apesar do desempenho espetacular da Frente Nacional de Marine Le Pen, a resposta curta é: uma maioria da Frente Nacional é possível. Não provável.

Os partidos de centro e esquerda retiraram seus candidatos de forma estratégica, na tentativa de melhorar as chances desses partidos no segundo turno decisivo disputado neste domingo (7).

Mas o impacto desta eleição pode ser o de um terremoto —com ou sem maioria obtida pela Frente Nacional— ou com ou sem a ascensão de Jordan Bardella como novo primeiro-ministro.

Pesquisas indicam que a Frente Nacional deve ganhar mais vagas no Parlamento do que qualquer outro partido.

Isso significa que um tabu de décadas terá sido quebrado na França, um dos principais da União Europeia.

A União Europeia surgiu das cinzas da Segunda Guerra Mundial. O projeto original era de trazer paz a inimigos históricos, França e Alemanha.

Os partidos da direita radical foram banidos para as margens da política europeia.

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No mês passado, líderes mundiais se reuniram no norte da França para marcar os 80 anos desde o Dia D, a invasão dos aliados na praia da Normandia que foi importante para assegurar a derrota da Alemanha nazista.

Mas agora partidos de 'direita radical' ou 'direita dura' ou 'populismo nacionalista' são parte de governos de coalizão em alguns países europeus, incluindo a Holanda, a Itália e a Finlândia.

Também há desafios em como se rotular esses partidos. Suas políticas mudam com frequência. E também variam de país para país.

A normalização destes partidos não é um fenômeno de todo novo. O ex-premiê italiano Silvio Berlusconi, um político de centro-direita, foi o primeiro líder europeu a fazer isso. Ele formou governo com o grupo político pós-fascista Movimento Sociale Italiano em 1994.

Seis anos depois, os conservadores austríacos entraram em coalizão com o Partido da Liberdade, de direita radical. Na época, a União Europeia ficou tão indignada que suspendeu contatos bilaterais com a Áustria por diversos meses.

A etiqueta política pós-Guerra estabelece que o establishment político deve formar um "cordon sanitaire", uma espécie de barreira sanitária que impeça a direita radical de participar de governos europeus.

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