PF cumpre no RJ novos mandados em caso de fraude em cartão de vacinação de Bolsonaro

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (4) a segunda fase da Operação Venire, que investiga a falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19 em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já indiciado nesse caso.

Os investigadores cumpriram mandados de busca e apreensão contra agentes públicos de Duque de Caxias (RJ) que teriam viabilizado a inserção de dados falsos no SI-PNI (Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações). A PF pretende também identificar novos eventuais beneficiários.

Entre os alvos da nova operação estão Washington Reis, secretário estadual de Transportes e ex-prefeito de Duque de Caxias pelo MDB, e Célia Serrano, secretária de Saúde do município. As diligências foram autorizadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República).

Foram encontrados na casa de Washington cerca de R$ 160 mil, além de dólares e euros. A polícia também apreendeu dois pen drives, cinco celulares e um HD externo.

Em nota divulgada em suas redes sociais, Washington ligou a a operação à polarização política. "Estou ciente dos desafios enfrentados pelo nosso país em meio a uma polarização política intensa. O ano de eleições traz consigo muitas tensões e, infelizmente, também covardias."

A defesa de Célia ainda não se manifestou. Já a Secretaria de Transportes do estado, afirmou em nota que a operação tem como "alvo único e exclusivo a obtenção de cartões de vacinação relacionados ao município de Duque de Caxias em 2022".

"Não existe nada referente ao Governo do Rio na investigação e nem fatos que comprometam a conduta do secretário Washington Reis", completa a nota a secretaria.

Já a Prefeitura de Duque de Caxias, também em nota, afirmou que a operação "não teve como alvo nenhum órgão vinculado à municipalidade". "Com relação aos mandados dirigidos a pessoas físicas, a prefeitura não se manifestará considerando o sigilo que recobre os atos nesta manhã realizados."

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu ao Supremo em abril o aprofundamento das investigações que envolvem Bolsonaro. Em março, a PF havia indiciado no caso o ex-presidente, o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) e outras 14 pessoas.

Bolsonaro foi alvo da primeira fase da Operação Venire, em 2023. As apurações avançaram após a delação premada assinada por Cid em setembro passado.

Em depoimento à PF, o tenente-coronel disse que a fraude no cartão de vacinação de Bolsonaro e da filha dele, Laura, foi feita a pedido do próprio mandatário na época e que os certificados foram impressos e entregues "em mãos" ao então presidente.

O que você está lendo é [PF cumpre no RJ novos mandados em caso de fraude em cartão de vacinação de Bolsonaro].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

Wonderful comments

    Login You can publish only after logging in...