Jogo da seleção ou jogo do tigrinho

Imagine um monólogo de Joe Biden sobre as especificidades nas tabelas de emolumentos em cada cidade dos Estados Unidos. Imagine uma semana dedicada exclusivamente a atender ligações de telemarketing. Ou ainda imagine atravessar a via Dutra inteira por meio de cambalhotas.

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Nenhuma das hipóteses levantadas acima parece ser mais tediosa do que assistir a um jogo inteiro da seleção brasileira de futebol masculino.

As hipóteses são muitas.

É óbvio que não temos mais Romários, Ronaldos, Rivaldos, Adrianos, Sócrates, Rivelinos, Garrinchas. O mais dolorido é que nem sequer temos Cafus.

Antes do jogo contra o Paraguai, os maiores jornais do país precisaram apresentar um dos atacantes titulares para o torcedor. "Quem é Savinho? Novidade no Brasil contra o Paraguai tem acerto com o City de Guardiola", dizia título do Globo. Ou seja, o torcedor precisaria de validação do City e do Guardiola para ser apresentado ao atacante da seleção.

É óbvio que não temos mais um padrão de jogo que encanta o mundo. O que é mais dolorido é que nem sequer temos um padrão. E aqui não vai uma deferência à cultura europeia, mas uma saudação ao padrão de jogo de uma Colômbia e de uma Argentina.

É óbvio que não temos mais jogadores profundamente identificados com times brasileiros. O que é mais dolorido é que essa identificação nem sequer existe em muitos casos.

O que você está lendo é [Jogo da seleção ou jogo do tigrinho].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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