Rússia avança sobre cidade estratégica no leste da Ucrânia

Após semanas de pressão russa, as forças de Volodimir Zelenski começaram a deixar nesta quinta-feira (4) a cidade de Tchasiv Iar, um ponto estratégico na região de Donetsk, leste da Ucrânia.

Se a localidade cair em poder russo, Moscou terá obtido uma vitória importante, pois Tchasiv Iar era a principal defesa no caminho a Kramatorsk, cidade que serve de centro administrativo de Donetsk para os ucranianos desde que separatistas russos tomaram para si a capital homônima da região.

Por ficar em terreno elevado, Tchasiv Iar facilita o controle da área e o avanço a Kramatorsk, a 25 km dali. Da capital improvisada para Sloviansk, outra cidade vital, são mais 20 km. A eventual tomada dos dois pontos pelos russos praticamente completa a conquista de Donetsk, uma das quatro áreas anexadas ilegalmente por Vladimir Putin em 2022.

"Ficou impraticável defender a região, porque isso ameaçava a vida de nossos soldados. As posições de defesa foram destruídas", disse o porta-voz militar Nazar Volsochin à TV ucraniana. Os ataques russos na frente de Donetsk somaram mais de 160 ações em 24 horas, e Kiev diz ter dificuldades para segurá-los, sendo necessário o recuo.

Apesar de o avanço ser importante para o Kremlin, também mostra a dificuldade da guerra iniciada há quase 29 meses pelos russos. Tchasiv Iar fica a meros 5 km de Avdiivka, principal troféu tomado pelos russos neste ano, em fevereiro. Em outras áreas de Donetsk, os avanços foram maiores.

O fato é que a Rússia, após derrotar a contraofensiva da Ucrânia em 2023, retomou a iniciativa na guerra. Progrediu no leste e abriu uma nova frente no norte, em Kharkiv, que foi detida ao custo de reforços preciosos de Kiev.

Zelenski culpa o atraso no envio de munição e armamentos, além da falta de pessoal, pela situação crítica. Em uma entrevista nesta quinta à agência americana Bloomberg, o presidente afirmou que 14 brigadas estão sem armas suficientes para lutar.

Isso equivale a algo entre 45 mil e 70 mil homens, a depender do tamanho da brigada, num universo mobilizado de 500 mil a 800 mil pessoas na Ucrânia, segundo estimativa do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos.

O cenário sombrio, temperado por renovados ataques com mísseis à infraestrutura energética da Ucrânia, servirá ao presidente para reforçar seu pedido de ajuda na cúpula da Otan, a aliança militar ocidental, que ocorre de terça (9) a quinta (11) da semana que vem.

O clube retomou o apoio a Kiev e vai anunciar R$ 240 bilhões em ajuda para 2025, mas não conseguiu consenso para tornar tal suprimento permanente, o que serviria como um seguro caso Donald Trump seja eleito presidente dos EUA e retire a sustentação à Ucrânia.

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