Da dificuldade de resumir Paris

Estou de férias em Paris e me sinto estranho escrevendo esta frase. A capital da França é, de longe, a cidade que mais visitei na minha vida —fora do Brasil, claro. No entanto, a noção de férias aqui me parece inédita.

Não, nunca trabalhei aqui, embora tenha gravado reportagens na cidade ao longo desses mais de 40 anos que passo por ela. Mas é que a ideia de férias, de relaxar, de desconectar dos compromissos eu acho que nunca tinha experimentado nessas calçadas.

Explico melhor: Paris, com seus infinitos encantos, parece que sempre nos obriga a fecharmos uma programação. Sejam as exposições da temporada, sejam os restaurantes novos que estão fazendo sucesso, a ideia que eu sempre tive é que se você viesse para cá despreparado, acabaria perdendo algumas coisas.

Desta vez, no entanto, fiz diferente. Vim para Paris meio de supetão, uma viagem de conforto para uma situação reversa da qual eu queria distância. E junto com a partida brusca, veio o vazio: eu estava numa cidade que eu adoro, mas... despreparado!

Um certo pânico inicial porém foi logo embora já nos primeiros dias. Já estou aqui há duas semanas e posso afirmar que navegar por uma cidade que conheço tão bem sem uma programação prévia me fez muito bem.

Principalmente porque estou me deixando levar pela intuição. Acordo todo dia e resolvo o que vou fazer pela manhã. E, melhor ainda, mudo de ideia toda hora!

Outro dia mesmo, já na segunda garrafa degustada entre os pequenos pratos do AuPassage, um restaurante impossível de conseguir uma mesa alguns anos atrás mas hoje relativamente tranquilo, ainda que disputado, eu me perguntava como eu havia parado lá.

O que você está lendo é [Da dificuldade de resumir Paris].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.

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