Presidente da República lamenta a morte de Marta Lima Basto, primeira enfermeira portuguesa doutorada 24
A morte de Marta Lima Basto foi hoje divulgada no portal da Ordem dos Enfermeiros na Internet, numa nota em que se refere que nasceu em 1940 e foi "a primeira enfermeira portuguesa a obter o grau académico de doutor".
Numa mensagem de pesar publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa "lamenta com pesar a morte da professora doutora Marta Lima Basto", recordando que a condecorou, em março de 2023, com o grau de comendadora da Ordem do Mérito.
O chefe de Estado considera que a vida de Marta Lima Basto "ficará para sempre indissociável da investigação, ensino e promoção da enfermagem em Portugal e além fronteiras" e expressa sentidos pêsames aos seus familiares, amigos e colegas.
Segundo a nota da Ordem dos Enfermeiros, Marta Lima Basto "iniciou o seu percurso académico como estudante de enfermagem em 1959, desenvolvendo um percurso profissional que incluiu países como os EUA, Canadá, Reino Unido, França ou Bélgica, onde concluiu o doutoramento em 1994".
"Em Portugal foi enfermeira no IPO de Lisboa, e destacou-se no ensino e na investigação em enfermagem. Aposentou-se em 2001 e, desde então, dedicou-se exclusivamente à investigação, colaborando com vários cursos de doutoramento em enfermagem", lê-se no texto.
O bastonário da Ordem dos Enfermeiros, Luís Filipe Barreira, lembra-a como "uma referência na enfermagem enquanto profissão e disciplina", lamentando a sua morte.
Na mesma nota, acrescenta-se que Marta Lima Basto deixa "cerca de uma centena de trabalhos científicos publicados" e, além da condecoração atribuída pelo Presidente da República, "recebeu a Medalha de Ouro de Serviços distintos do Ministério da Saúde e um louvor com distinção da Ordem dos Enfermeiros".
Na cerimónia de condecoração realizada no Palácio de Belém em 08 de março de 2023, em que Marta Lima Basto esteve representada por uma sobrinha, Marcelo Rebelo de Sousa realçou que a sua carreira de enfermeira começou num tempo de "menorização do papel da mulher" e quando "o curso de enfermagem não conferia grau académico".
"Partiu para a Dinamarca, primeiro, e para os Estados Unidos da América, depois, com bolsas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foi a primeira enfermeira portuguesa a obter o grau de doutor, dedicando-se à investigação, colaborando nos cursos de doutoramento em enfermagem, acompanhando de forma muito próxima os doutorandos", assinalou.
O chefe de Estado acrescentou que "foi uma interveniente decisiva na evolução, desenvolvimento e qualificação da profissão", que "lutou, tantas vezes sozinha, e viu reconhecida, em 1998, a Ordem dos Enfermeiros".
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