HomeNoticiasArticleÁrea alagada do Pantanal cai 39% em 5 anos, diz estudo: Sinal alarmante12/11/20249 Mapas mostram redução de área alagada ao longo dos anos Imagem: Reprodução/MApBiomasO Pantanal brasileiro está alagando uma área cada vez menor e ficando seco por períodos cada vez maiores no ano. A constatação faz parte do mapeamento anual de cobertura e uso da terra do Pantanal, produzido e divulgado pela rede de pesquisas MapBiomas nesta terça-feira (12) .Em 2023, o Pantanal teve uma área alagada de 3,3 milhões de hectares, 38% a menos que em 2018, quando ocorreu a última grande cheia do bioma, cobrindo 5,4 milhões de hectares.Se comparada a 1988, quando as áreas alagadas ocupavam 6,9 milhões de hectares, a redução foi ainda maior, de 61%.PVCSantos sempre foi grande e sempre seráTales FariaTarcísio imita Nunes e junta dinheiro de olho na eleiçãoReinaldo AzevedoDelação para futuros cadáveres beneficia o PCCCasagrandeCorinthians está melhor que seus concorrentes"A redução significativa dessa área alagada é um sinal alarmante para a biodiversidade e a sustentabilidade do bioma", diz Eduardo Rosa, coordenador da equipe Pantanal do MapBiomas.✅Esse processo compromete a dinâmica das inundações sazonais, essenciais para a manutenção dos habitats de diversas espécies e para o ciclo de nutrientes na região. Com menos água disponível e períodos mais curtos de inundação, muitas espécies, tanto da fauna quanto da flora, enfrentam dificuldades para se adaptar💥️Eduardo RosaMenos tempoO Pantanal tem, em regra, áreas alagadas por mais de três meses no ano, entre fevereiro e abril. Mas, segundo o estudo, a tendência é de redução desse período.Já os períodos de seca —entre julho e outubro— estão cada vez mais longos.Nesse cenário, diz Rosa, animais que dependem das cheias, como peixes, aves e mamíferos aquáticos, sofrem com a escassez de alimentos e de locais para reprodução. As plantas, que são adaptadas a ciclos de alagamento e seca, também podem ser impactadas.Continua após a publicidadeRelacionadasÁreas de risco mais que dobraram entre 1985 e 2023 no Brasil, alerta estudoTécnico de enfermagem é morto com flechada por agente na Terra YanomamiRio Branco mais, Natal menos: veja ranking de vegetação urbana das capitais"A perda de áreas alagadas também afeta as comunidades humanas locais, que dependem da pesca, do ecoturismo e da pecuária em campos naturais renovados pelas cheias. A falta de água impacta a produtividade desses setores, prejudicando a economia e a segurança alimentar da região", explica. Jacaré morto em meio à vegetação queimada no Pantanal em Corumbá (MS) Imagem: Ueslei Marcelino - 1.jun.2024/ReutersPastagens avançamDe acordo com o estudo, a mudança no padrão de cheias e secas tem impacto na incidência de queimadas. Somente entre 2023 e 2023, a área queimada total no Pantanal foi de 5,8 milhões de hectares.Segundo a análise, entre 1985 e 1990, as áreas naturais passaram por um processo de conversão pelo fogo e viraram, majoritariamente, pastagens —um tipo de uso do solo que está cada vez mais presente no bioma.Em 1985, 57% das áreas do bioma com uso humano era ocupada por pastagens, o que correspondia a 4,8 milhões de hectares. No ano passado, a fatia passou para 77%, ou 11,4 milhões de hectares.Continua após a publicidadeNewsletterOLHAR APURADOUma curadoria diária com as opiniões dos colunistas do sobre os principais assuntos do noticiário.Quero receber💥️Principais usos de áreas alteradas pelo ser humano no Pantanal:Pastagem - 77%Agricultura - 12%Mosaico de usos - 8%Silvicultura e outras áreas - 1%Áreas urbanas - 0,5%Mineração - 0,1% Gado se movimenta em meio às cinzas da vegetação queimada no Pantanal Imagem: Marina Garcia/Rosa diz que a expansão da agricultura e das pastagens, principalmente no planalto da Bacia do Alto Paraguai, afeta diretamente o regime hídrico do Pantanal e contribui para as secas extremas vistas recentemente.✅Quando áreas de florestas e vegetação savânica são convertidas em pastagens e agricultura, a capacidade de infiltração e retenção de água no solo diminui. Isso torna o solo mais suscetível à compactação e à erosão e diminui a capacidade de absorção das águas das chuvas. Esse processo desequilibra os ciclos hidrológicos💥️Eduardo RosaComposto por patamares, serras, chapadas e depressões, o planalto da Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai integra os biomas do Cerrado e da Amazônia e desempenha um papel fundamental na hidrologia da planície pantaneira.Continua após a publicidade Vista do Rio Paraguai na cidade de Cáceres, no Mato Grosso Imagem: Divulgação Sociedade Fé e VidaO ciclo funciona assim: a água das chuvas que chega ao Pantanal cai na região do planalto e enche o rio Paraguai. Cheio, o rio transborda e represa as águas das chuvas que caem no leste do bioma (onde fica a região de planície).Entre 1985 e 2023, o mapeamento mostra que o uso das terras da bacia hidrográfica pelo ser humano saltou de 22% para 42%, impactando ainda mais o ecossistema.Para Rosa, considerando a projeção de aumento de eventos extremos, como secas e chuvas intensas, o futuro do Pantanal é preocupante.✅Com a redução das áreas alagadas e o impacto das mudanças climáticas, o bioma pode se tornar cada vez mais vulnerável à degradação e à perda de biodiversidade. Para minimizar esses efeitos, é importante implementar políticas de conservação da água, recuperação de áreas degradadas e promoção de práticas sustentáveis que respeitem a dinâmica natural do bioma💥️Eduardo RosaReportagemTexto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.O que você está lendo é [Área alagada do Pantanal cai 39% em 5 anos, diz estudo: Sinal alarmante].Se você quiser saber mais detalhes, leia outros artigos deste site.Links
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