Moscovo tentou destruir cargueiro civil no mar Negro em agosto 24
“[Os serviços de inteligência] mostram que o Exército russo atacou um navio de carga no mar Negro em 24 de agosto, utilizando vários mísseis”, adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico em comunicado.
Estes mísseis do tipo Kalibr, disparados de um navio de guerra russo no mar, “foram abatidos com sucesso pelas forças ucranianas”, acrescenta o governo britânico, especificando que o alvo era “um navio de carga com bandeira da Libéria atracado no porto” de Odessa.
“Apesar do seu fracasso, este ataque é uma demonstração clara das repetidas tentativas da Rússia de estrangular a economia ucraniana e do desrespeito do [Presidente russo Vladimir] Putin pelas vidas dos civis e pelos interesses dos países de África, Ásia e Médio Oriente”, sublinhou também diplomacia britânica.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly, realçou ainda, citado no comunicado de imprensa, que os ataques “mostram o quão desesperado [Vladimir Putin] está”.
A Rússia anunciou em julho a sua retirada do acordo sobre as exportações de cereais da Ucrânia através do mar Negro, negociado sob a égide da Turquia no verão de 2022, por acreditar que as sanções ocidentais complicam as suas próprias exportações de cereais, produtos agrícolas e fertilizantes.
Com o fim do acordo considerado vital para o abastecimento global de alimentos, Moscovo prometeu, no início de setembro, entregar cereais gratuitamente a seis países africanos.
Mas, segundo Londres, os ataques russos às infraestruturas civis e aos portos ucranianos destruíram “280 mil toneladas” de cereais desde julho, “mais do que a Rússia prometeu dar aos países africanos”.
Desde este verão, o número de ataques no mar Negro aumentou em ambos os lados, tendo a Rússia, em particular, intensificado os seus bombardeamentos às infraestruturas de transportes na Ucrânia.
Antes da guerra, a Ucrânia e a Rússia forneciam, em conjunto, 28% do trigo consumido no mundo, 29% da cevada, 15% do milho e 75% do óleo de girassol, segundo a revista britânica The Economist.
Num ano, a iniciativa do Mar Negro permitiu a saída de cerca de 33 milhões de toneladas de cereais e outros produtos alimentares de três portos ucranianos para 45 países, de acordo com a ONU.
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