Lula da Silva vai à cimeira dos chefes de Estado do Mercosul assumir presidência do bloco para os pr&oa
“Essa cúpula é particularmente relevante para nós porque, em primeiro lugar, o Brasil assume a presidência ‘pro tempore’ num contexto de retomada de prioridade da integração, então não é uma presidência rotineira, é a prioridade concedida pelo governo aos processos de integração” disse a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, em comunicado.
Uma das pastas mais importantes que o Brasil terá em mãos é o acordo comercial do bloco composto por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai com a União Europeia (UE).
“O Governo está traduzindo as instruções do Presidente Lula para um documento que será apresentado primeiro aos parceiros do Mercosul, e depois à União Europeia. É um processo que não é tão rápido porque os acordos são muito delicados e têm exigido um trabalho de coordenação interna muito intenso”, indicou, em comunicado, o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Económicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
A UE aguarda contrapropostas do Mercosul ao instrumento de garantias ambientais proposto pelos europeus nas novas negociações do acordo comercial que ambos os blocos assinaram em 2023 e que está pendente de ratificação.
Enquanto a UE exige garantias de que não importará produtos do Mercosul que contribuam para a desflorestação ou para as alterações climáticas, alguns membros do Mercosul, como o Brasil, pedem para renegociar o que já foi acordado sobre compras governamentais.
O Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou a classificar o novo protocolo verde como “inaceitável” e uma “ameaça” durante a viagem a França, no final de junho.
Entretanto, hoje, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos países do Mercosul iniciaram uma sessão de deliberações, antes da cimeira semestral do bloco, que será realizada na terça-feira na cidade argentina de Puerto Iguazú.
A reunião ordinária do Conselho do Mercado Comum, órgão de decisão política do bloco, conta com a presença dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai — Estados-membros do Mercosul – e da Bolívia, que está em processo de adesão plena.
“Pretendemos trabalhar intensamente com os parceiros cujas negociações estão em fase avançada, como a UE, para explorar a oportunidade de alcançar acordos que estejam em sintonia com as exigências do atual contexto global”, disse o responsável máximo pela diplomacia brasileira, Mauro Vieira, na reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do Mercosul, em Puerto Iguazú.
À tarde, os representantes dos países associados do bloco (Peru, Chile, Equador, Colômbia, Guiana e Suriname) devem participar da reunião.
Paralelamente, realizar-se-á uma reunião dos ministros das Finanças e dos presidentes dos bancos centrais do Mercosul, da Bolívia e dos países associados.
A reunião presidencial de terça-feira também contará com a presença dos chefes de Estado do Uruguai, Luis Lacalle Pou, do Paraguai, Mario Abdo Benítez, e da Bolívia, Luis Arce, além do Presidente eleito do Paraguai, Santiago Peña, que tomará posse em 15 de agosto.
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