Há um número recorde de 1.128 palestinianos sob prisão administrativa em Israel, sem acusa&
No total, 1.132 pessoas estão detidas nas prisões israelitas nesta situação classificada pela organização como ilegal, mas apenas quatro são israelitas, presos na semana passada após as violentas agressões de colonos contra povoações palestinianas na Cisjordânia ocupada, uma medida excecional entre israelitas.
A detenção administrativa é uma prática legal em Israel e muito criticada por organizações de direitos humanos, ao permitir uma detenção por tempo indefinido sem que seja iniciado um julgamento ou apresentadas acusações formais, para além da não-autorização do acesso às provas emitidas contra o detido.
A última vez que Israel manteve um elevado número de detidos administrativos nas suas prisões remonta a maio de 2003, em plena Segunda Intifada, quando pelo menos 1.140 palestinianos se encontravam nesta situação.
O número de pessoas em prisão administrativa aumentou constantemente durante o último ano e meio, e quando Israel promove sistematicamente incursões militares em bastiões palestinianos da Cisjordânia para prender suspeitos de ataques contra israelitas.
“Contra os palestinianos, Israel efetua um uso massivo do que deveria ser uma medida rara e excecional. Agora, o Governo também está a ampliar o uso da detenção administrativa contra os judeus israelitas”, indicou Jessica Montell, diretora executiva da HaMoked, citada pela agência noticiosa EFE.
“Todo os presos administrativos devem ter um julgamento justo ou ser libertados”, insistiu.
Israel argumenta que a detenção administrativa constitui uma ferramenta que contribui para manter “terroristas perigosos fora das ruas” e permite detê-los sem a divulgação de informações confidenciais. Pelo contrário, os críticos consideram que a medida nega aos presos o devido processo judicial.
As detenções são revogadas semestralmente por um tribunal militar, e os presos podem permanecer na prisão durante anos sob este mecanismo.
Em paralelo, uma investigação da Universidade de Nova Iorque, citada recentemente pelo diário israelita Haaretz, revela que o exército israelita não hesitou em recorrer por diversas ocasiões ao envenenamento de culturas e animais para expulsar os proprietários palestinianos e se apossar das suas terras para a construção de colonatos.
A investigação foi conduzida pelo Taub Center for Israel Studies da Universidade de Nova Iorque, que teve acesso a documentos de arquivo, entretanto tornados públicos.
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