Mundo pode ter 1.300 milhões de diabéticos até 2050 devido às desigualdades Lifestyl

Espera-se que as taxas padronizadas de diabetes aumentem em todos os países nas próximas três décadas, realçam uma série de estudos publicados pelo The Lancet e The Lancet Diabetes and Endocrinology.

Espera-se que o aumento de casos desta doença se deva ao aumento da diabetes tipo 2, que será causado pelo aumento da prevalência de obesidade e mudanças demográficas.

Em 2023, existiam 529 milhões de pessoas com diabetes e a diabetes tipo 2 representava 90% de toda a prevalência desta doença, que se prevê que seja também responsável pelo possível aumento de casos, até 1.300 milhões, em 2050.

Além disso, “o racismo estrutural sofrido por grupos étnicos minoritários e a desigualdade geográfica experimentada por países de baixa e média rendimento estão a acelerar o aumento das taxas de diabetes, doenças e mortes em todo o mundo”, apontou o The Lancet.

As taxas de diabetes entre grupos étnicos minoritários em países de alta rendimento, como os Estados Unidos, são 1,5 vezes mais altas do que em brancos.

Além disso, as taxas de mortalidade por esta doença em países de baixo e médio rendimento são o dobro do que nos países de alto rendimento.

A pandemia de covid-19 também ampliou a desigualdade na diabetes, sendo que pessoas com diabetes são 50% mais propensas a desenvolver uma infeção grave e duas vezes mais propensas a morrer, especialmente se pertencerem a grupos étnicos minoritários.

As estimativas indicam que mais de três quartos dos adultos com diabetes viverão em países de baixo e médio rendimento até 2045, dos quais menos de 1 em cada 10 receberá cuidados abrangentes baseados em diretrizes.

Atualmente, a taxa de prevalência global é de 6,1%, tornando a diabetes uma das 10 principais causas de morte e incapacidade.

Por região, a taxa mais alta é de 9,3% no norte da África e Médio Oriente, e deve subir para 16,8% em 2050, enquanto na América Latina e Caraíbas estima-se que crescerá para 11,3%.

A diabetes foi especialmente evidente em pessoas com 65 anos ou mais em todos os países, registando uma taxa de prevalência de mais de 20% para esse grupo demográfico em todo o mundo.

"A rápida taxa de crescimento da diabetes não é apenas alarmante, mas também um desafio para todos os sistemas de saúde em todo o mundo, especialmente considerando que esta doença também aumenta o risco de doença cardíaca isquémica e acidente vascular cerebral", realçou Liane Ong, uma das investigadoras da Universidade de Washington.

A diabetes tipo 2 é habitualmente associada à obesidade, falta de exercício ou dieta inadequada, mas outros fatores como genética, barreiras sociais e financeiras dentro do sistema estrutural de um país, desempenham um papel, especialmente naqueles de baixo e médio rendimento.

Outro estudo concentra-se em possíveis intervenções e destaca a importância de parcerias equitativas, construção da capacidade e confiança da comunidade, mudança do ecossistema e melhoria do ambiente de prática clínica.

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