Thomas está dececionado com ausência de ataques, Kämna vê Almeida como vencedor na Volta
“Eu também estou dececionado com este quadro, queria testar as minhas forças contra os outros candidatos. Houve dias para isso, no papel, mas, por exemplo, quando há muito vento de frente, não podes fazer nada. Toda a gente fala desta última semana, mas [a dureza dela] não é o único motivo” para a ausência de ataques, defendeu o britânico da INEOS.
Thomas pronunciava-se, assim, sobre as inúmeras críticas que os candidatos à vitória na Volta a Itália têm recebido pela falta de espetáculo proporcionada nesta edição, considerada pelos especialistas como uma das piores grandes Voltas dos últimos anos.
O campeão do Tour2018 ‘entregou’ a camisola rosa ao francês Bruno Armirail (Groupama-FDJ), no sábado, para ‘poupar’ a sua equipa, reduzida a cinco ‘gregários’, ao trabalho de a defender na duríssima última semana da ‘corsa rosa’, estando a 01.08 minutos da liderança.
“Esta semana, vamos ter três grandes etapas de montanha e um contrarrelógio superduro, por isso alguém vai tentar alguma coisa. Não tenho a camisola rosa, mas sou o primeiro dos corredores da classificação geral, pelo que cabe aos outros mexerem-se para recuperar tempo, embora nós também tenhamos a nossa forma de correr”, resumiu.
Thomas, que cumpre 37 anos na quinta-feira, espera ataques por parte de Primoz Roglic (Jumbo-Visma), o esloveno que o sucede na geral, a apenas dois segundos.
“Penso que nenhum de nós está confortável na situação em que está, nem o Primoz, nem o João Almeida, nem eu próprio. Só tenho dois segundos de vantagem sobre o Primoz, tudo pode acontecer. De certeza que ele vai tentar ganhar tempo, eu também, e o mesmo acontece com o João”, disse, referindo-se ao português, que é quarto na geral, lidera a juventude e está a 22 segundos da sua vice-liderança.
Para o único galês a vencer a Volta a França, os três vão chegar ao contrarrelógio montanhoso de sábado separados “por uma diferença pequena”. “Veremos nos próximos dias. Imagino um punhado de segundos conquistados daqui até lá. Espero que ele [Roglic] não me ganhe minutos e certamente ele pensa o mesmo em relação a mim”, concluiu.
Se para o terceiro classificado da última Volta a França é Roglic a principal ameaça, para o alemão Lennard Kämna, sétimo da geral, é João Almeida o grande favorito a levar a ‘maglia rosa’ para casa.
“Almeida, Roglic e Thomas são quem me parece melhor. É uma pena que o [Tao Geoghegan] Hart tenha caído e desistido da corrida. Parecia ser o mais forte naquele momento [11.ª etapa, quando era terceiro da geral]. Mas, se me perguntam, o Almeida é o maior favorito a ganhar o Giro”, indicou o líder da BORA-hansgrohe.
A 106.ª Volta a Itália regressa na terça-feira à estrada, após cumprido o segundo e último dia de descanso, para cumprir a 16.ª etapa, uma ligação de 203 quilómetros entre Sabbio Chiese e Monte Bondone, que conta com duas contagens de montanha de primeira categoria, a última das quais coincide com a meta.
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