“A Casa Branca deu um grande passo atrás nas negociações”. Dívid

O republicano que preside à Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, disse, na noite de sábado, na rede social Twitter, que “a Casa Branca deu um grande passo atrás nas negociações”.

“Infelizmente, a ala esquerda do Partido Democrata parece estar no comando, principalmente com o Presidente [Joe] Biden fora do país”, lamentou McCarthy, referindo-se ao facto de Biden estar no Japão, a participar na cimeira do bloco G7.

Biden, que deve regressar aos EUA ainda hoje, garantiu na cimeira de Hiroshima que os Estados Unidos não entrarão em incumprimento. “As primeiras reuniões não foram tão promissoras, as segundas foram, a terceira foi”, sublinhou.

A porta-voz da Casa Branca acusou a oposição de “colocar na mesa uma oferta que representava um grande retrocesso e continha um conjunto de exigências partidárias extremas que jamais poderiam ser aprovadas em ambas as câmaras do Congresso”, o parlamento norte-americano.

Karine Jean-Pierre culpou “não o Presidente [Biden] nem os dirigentes democratas”, mas sim republicanos próximos do antigo presidente Donald Trump, “que [ameaçam] colocar a nossa nação em incumprimento pela primeira vez na nossa história”.

Já depois destas declarações, a presidência norte-americana disse que Biden “pediu à sua equipa para coordenar” com o republicano que preside à Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, o agendamento de uma conversa por telefone após as reuniões do chefe de Estado na cimeira do G7 em Hiroshima, no Japão.

A conversa terá lugar após a última conferência de imprensa de Joe Biden, marcada para cerca das 18:15 (09:15 em Lisboa), disse a Casa Branca.

O ponto da discórdia: dos aumentos na defesa aos cortes sociais

O ponto de discórdia continua a ser o orçamento, com os republicanos a exigirem uma redução dos gastos para os níveis de 2022 e a criação de um limite de 1% no aumento das despesas durante uma década.

No entanto, durante as negociações, os republicanos pediram que os gastos com a defesa aumentem em 2024, o que significaria que seriam setores como a educação, saúde e outros programas sociais a sofrerem cortes de até 30%.

Uma fonte citada pela agência de notícias Associated Press disse que a Casa Branca quer manter em 2024 as despesas ao nível deste ano, assim como reverter os incentivos fiscais da era Trump para empresas e famílias ricas, algo rejeitado pelos republicanos.

Na sua conta na rede social Facebook, Robert Reich, que foi secretário do Trabalho de Bill Clinton e é professor de Economia em Berkeley, comentou: “Os ‘falcões’ orçamentais republicanos estavam hibernados quando o governo de Trump aprovou uma redução de impostos para os ricos de dois milhares de milhões de dólares?”

O governo do democrata Joe Biden e a oposição republicana estão em corrida contrarrelógio para evitar um incumprimento dos EUA depois de 01 de junho.

Se o limite da dívida pública federal não for elevado pelo Congresso até ao final deste mês, os EUA podem não pagar os reembolsos dos empréstimos, uma eventualidade potencialmente catastrófica para os mercados financeiros mundiais.

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