Dólar opera em alta com inflação e esperando dados de emprego nos EUA

Notas de dólar — Foto: pasja1000/Creative Commons 1 de 1 Notas de dólar — Foto: pasja1000/Creative Commons

Notas de dólar — Foto: pasja1000/Creative Commons

O dólar opera em alta nesta sexta-feira (10), à espera dos dados do relatório de emprego nos Estados Unidos, e notícias sobre inflação e o arcabouço fiscal no Brasil.

Às 11h20 moeda norte-americana subia 1,07%, cotada a R$ 5,1960. Veja mais cotações.

Na véspera, o dólar fechou em alta de 0,04%, cotada a R$ 5,1411. 💥️Com o resultado, a moeda passou a acumular perdas de 1,60% no mês e de 2,59% no ano.

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O mercado segue atento ao cenário de juros nos Estados Unidos, conforme dados econômicos do país reforçam a perspectiva que o Fed deve continuar elevando as taxas de juros para tentar conter a inflação na maior economia do mundo.

Na agenda de hoje está a publicação do relatório de empregos no país, o payroll. O documento é utilizado pelo Fed como base para ajudar a definir o rumo dos juros no país: dados fortes podem indicar que a economia não está arrefecendo o suficiente para reduzir a inflação — o que reforça a perspectiva de um aumento mais forte das taxas básicas pelo BC norte-americano, como sinalizou nesta semana o presidente do Fed, Jerome Powell.

Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade dos títulos públicos do país, que são considerados os mais seguros do mundo. Isso favorece o dólar frente a outras moedas e impacta principalmente países emergentes, como o Brasil.

Por aqui, Por aqui, destaque para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, que subiu 0,84% em fevereiro. O resultado vem na sequência de um avanço de 0,53% em janeiro e foi mais brando que em fevereiro de 2022, mês que havia fechado com alta de 1,01%

Com isso, 💥o país passa a ter uma inflação acumulada de 5,60% na janela de 12 meses.

Em relatório, a equipe da XP diz que as leituras recentes do IPCA sugerem que a tendência de desinflação observada no ano passado parece perder força, com a inflação ainda em níveis elevados. "Isso não é uma boa notícia para o Copom, à medida que se aproxima a reunião de março", diz Caio Megale, economista-chefe da XP.

Além disso, os investidores aguardam mais detalhes sobre o arcabouço fiscal. Na quinta, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que a regra está pronta e vai "agradar a todos", porque vai estabilizar a dívida pública ao mesmo tempo em que vai permitir que o governo possa investir nas áreas em que considera prioritárias.

"O arcabouço que vai sair é um arcabouço que vai agradar a todos, porque atende os dois lados, o lado da preocupação em zerar o déficit fiscal do Brasil, que hoje se encontra em mais de 230 bilhões [de reais, previsão para 2023], a preocupação é estabilizar, obviamente, a dívida/PIB, como o próprio ministro [Fernando Haddad] já falou, mas atendendo a determinação do presidente da República de que nós não podermos descuidar dos investimentos necessários pra o Brasil voltar a crescer", afirmou Tebet.

Questionada se a nova regra fiscal vai agradar também ao mercado financeiro, a ministra respondeu: "Vai agradar a todos, inclusive o mercado". As declarações foram dadas após a ministra se reunir com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir a nova regra fiscal que vai substituir o teto de gastos.

As notícias sobre a regra fiscal fizeram o mercado reavaliar a perspectiva de um corte mais cedo dos juros no país.

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